Projeto "O Jardim" promove atividades culturais e capacitação artística no bairro de Felipe Camarão - Foto: Erica Belizia

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Cultura Projeto “O Jardim” incentiva a leitura e atividades culturais no RN

Através do Edital do BNB via Lei Rouanet e Itaú, o projeto abraça residência artística, oficinas regulares com crianças e capacitação de jovens levando cultura para áreas rurais e urbanas

por: NOVO Notícias

Publicado 30 de outubro de 2024 às 15:04

As copas de árvores são como os tetos das salas de aula, fogueira acesa, mãos dadas e um infinito de possibilidades de expansão da arte, literatura e cultura junto à natureza. É assim que o projeto “O Jardim”, comandado pelo diretor, dramaturgo e ator Jhoao Junnior em parceria com o Coletivo “A Gente”, utiliza a relação com a natureza proporcionando atividades culturais e capacitação artística no bairro de Felipe Camarão, localizado em Natal no Rio Grande do Norte.

Através do Edital do BNB, via Lei Rouanet com a Redecard, o projeto solidifica a residência artística do Coletivo “A Gente”. Formado por seis jovens do Bairro de Felipe Camarão, que multiplicam o conhecimento com os participantes. O coletivo garante a continuidade das atividades artistico-culturais como oficinas regulares de literatura e contação de histórias com a participação de diversas crianças na praça Santa Paula Francinete e além disso, utiliza espaços públicos para estimular a leitura, a criação e o contato com a arte. Como um dos resultados está prevista a publicação de um vídeo livro.

Em 2022, “O Jardim” começou a ser plantado e aos poucos florescendo e hoje atua tambem na área rural em assentamentos.

Assentamentos Rurais

O jardim se expandiu este ano para a Zona Rural. Através do projeto, do edital do BNB e Redecard, as vivências foram levadas para os três assentamentos rurais no município de Elói de Souza, Serra Caiada e Lagoa de Velhos, em parceria com o Instituto Família Criativa do Campo. Quando, quinzenalmente, as atividades acontecem durante um período de três meses.

“É um projeto de mediação e incentivo à leitura que trabalha o letramento étnico-racial e ambiental. Através do projeto ‘O Jardim’ em Felipe Camarão, estendemos nossas atividades a assentamentos rurais na região de Elói de Souza. A relação entre arte, infância e natureza é o foco, destaca Jhoao Junnior.

Parceria Transformadora

O projeto conta com a colaboração de Ana Paula Mucunã, fundadora e gestora do Instituto Família Criativa do Campo, que tem sede no assentamento Passagem do Juazeiro. Ana Paula realiza as articulações com as famílias, garantindo a participação de crianças e adolescentes.

“O projeto traz uma real possibilidade de transformação social por meio da cultura e da educação lúdica, impactando positivamente a vida das crianças e das famílias dos assentamentos. Aqui, podemos explorar a criatividade e formar adultos mais conscientes e evoluídos. Estou muito feliz por esse projeto ter chegado ao nosso sertão. Mudou tudo”, afirma Ana Paula.

A mudança é evidente. João Pedro, 13 anos, morador da Agrovila de São Pedro, relata: “Estou achando o projeto muito divertido e interativo. As aulas são legais e me fazem sentir vivo e feliz. Consigo perceber minha parte artística, o que me ajuda a enxergar melhor o mundo ao meu redor.”

São com relatos de vida e criação como os de João Pedro que aproximadamente 150 crianças e adolescentes estão no projeto e participam das atividades no contraturno das aulas escolares, expandindo seus conhecimentos.

Obompó-Ropongá

Uma das raízes do Jardim é o projeto Obompó – Ropongá. Patrocinado pelo Banco do Nordeste e Redecard, por meio da Lei Rouanet, e é uma realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal.

O nome Obompó-roponga nasce a partir de um conto bantu, de Camarões, que nos conta a partir do sonho de uma tartaruga como as árvores se espalharam pelo planeta. Esse nome, nos conta Jhoao Junnior, evoca a força e ancestralidade das árvores, inspirado no conto.

“É preciso ressignificar a nossa relação com a Mãe Terra urgentemente e acreditamos na arte como desencadeador de afeto por toda manifestação viva em nosso planeta”, enfatiza.

E é nesse processo de reconstrução e criação entre natureza a as artes que os aprendizados são estimulados e vivenciais seja no campo ou no asfalto da cidade.

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