Programa direcionado à iniciação de práticas esportivas, artísticas e culturais para crianças e adolescentes entre 7 e 16 anos, o “RN Vida” está retomando suas atividades presenciais em sua plenitude, momentaneamente interrompidas por causa da pandemia da covid-19.
O programa começou a funcionar em agosto de 2013 e, de acordo com a coordenadora, a arte-educadora Maria das Dores Tomaz, “é todo voltado para o atendimento pedagógico das crianças, especializado no ensino de modalidades esportivas e arte e cultura. Somos uma escola de formação complementar, funcionando no contraturno escolar, não é um ensino regular”.
Segundo ela, o acesso ao “RN Vida” não traz custo nenhum para os pais dos beneficiários, que são em sua maioria, inclusive, de baixa renda. “Nas entrevistas, há de se considerar que 80% do público atingido são pessoas carentes. Algumas não têm renda nenhuma ou são do bolsa-família [Auxílio Brasil]”, completou.
O acesso ao programa é permitido a filhos de pais com renda familiar de até três salários mínimos, o equivalente a R$ 3,6 mil. São oferecidas oito modalidades artísticas, culturais e esportivas.
A auxiliar de escritório Miriam Alves de Souza conta que, se não fosse o “RN Vida”, a única filha adolescente, que vai completar 15 anos, não teria tido chance de realizar o sonho de infância – dançar balé. “Esporte é muito caro. Não tinha condições de pagar em outro lugar”, disse ela.
Miriam disse que a filha gostava tanto de esporte que começou praticando capoeira, ginástica rítmica e balé, depois focou no balé, que é o que mais gosta. “Começou cedo, logo aos oito ou nove anos de idade. Depois a professora disse que ela tinha capacidade e foi selecionada para ser atleta de rendimento de ginástica rítmica”, contou a mãe.
Hoje, a filha Melina faz parte da Associação de Ginastas que funciona em Petrópolis, na Zona Leste de Natal, de onde saiu para participar e vencer competições estaduais, regionais e nacionais. “No ‘RN Vida’ foi onde tudo começou. A gente mora em Nazaré, era perto e tinha como ir e buscar todo dia”, disse Mirian.
A dona de casa Jaciane Bezerra da Silva tem uma filha de oito anos e um filho de 12, ambos inscritos no programa “RN Vida. Segundo ela, o filho Adrian faz aula de violão, caratê e futebol de salão. Ele sai de casa pela manhã, almoça e depois vai para Escola Municipal Ivonete Maciel, local onde a mãe soube, há cerca de quatro anos, que poderia colocar os filhos no “RN Vida”.
Jaciane fez a rematrícula das crianças porque, no seu entendimento, dependendo da escolha, elas “vão levar o aprendizado para o resto da vida”, além do fato que a participação no projeto “é o único divertimento que tem para eles. Na escola, só tem atividade de Educação Física”.
Atualmente o programa atende 150 alunos da rede pública de ensino. Porém, de acordo com a coordenadora Maria Tomaz, a expectativa com as rematrículas, que estão acontecendo, é de alcançar até 600 crianças e adolescentes. “A gente quer receber matrículas até onde for possível. O intuito é não ficar com vagas ociosas”, disse.
O “RN Vida” conta com a parceria da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Norte (Fecomércio RN), através do Serviço Social do Comércio (Sesc RN), que disponibiliza não apenas recursos humanos, mas materiais que viabilizam as práticas, entre esses o fardamento.
Outra importante parceria é da Associação dos Magistrados do Trabalho da 21ª Região (Amatra 21), que doa os kimonos, entre outras demandas atendidas à medida que há necessidade.
O programa é vinculado ao Gabinete Civil do Governo do Estado e, há praticamente uma década, vem funcionando na avenida Jerônimo Câmara, 1749, ocupando as instalações do antigo CAIC de Lagoa Nova. “A única exigência é a criança estar matriculada na escola, se não estiver matriculada, não entra”, avisou Maria Tomaz.
Receba notícias em primeira mão pelo Whatsapp
Assine nosso canal no Telegram
Siga o NOVO no Instagram
Siga o NOVO no Twitter
Acompanhe o NOVO no Facebook
Acompanhe o NOVO Notícias no Google Notícias