A Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, revela que, de acordo com a percepção dos empresários, a produção industrial potiguar registrou crescimento em março de 2023 (indicador de 54,2 pontos), após haver registrado retração no mês anterior. Note-se que o nível de produção vem intercalando crescimento e queda nos últimos nove meses, com cinco incrementos e quatro declínios. O emprego, todavia, não acompanhou o desempenho positivo da produção, e continuou em queda, pelo segundo mês seguido (46,3 pontos).
O nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI), por sua vez, alcançou 76%, o que representa avanço de oito pontos percentuais na comparação com fevereiro (68%). Com essa alta, a UCI está três pontos percentuais acima do índice de março de 2022 (73%) e seis pontos percentuais sobre sua média histórica (hoje em 70%). Além disso, os estoques de produtos finais caíram em março de 2023 (47,6 pontos), mas ficaram acima do planejado pelo conjunto da indústria (51,7 pontos).
Os índices de satisfação com a situação financeira e com o lucro operacional registraram aumento no primeiro trimestre de 2023, mas permaneceram abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando insatisfação dos empresários tanto com a margem de lucro quanto com a situação financeira de suas empresas, conforme indicadores de 49,4 e 49,4 pontos, respectivamente. O indicador de acesso ao crédito também subiu, sem, contudo, ultrapassar a linha dos 50 pontos, mostrando que as restrições continuaram no trimestre (45,8 pontos). Ademais, os preços dos insumos e matériasprimas continuaram elevados (57,4 pontos), ainda que tenham subido menos do que trimestre anterior.
Os principais problemas do primeiro trimestre de 2023, na opinião dos empresários potiguares, continuou sendo a elevada carga tributária – pelo segundo trimestre consecutivo -, seguida pela competição desleal (informalidade, contrabando, dumping, etc.), pela falta ou alto custo da matériaprima e pelas altas taxas de juros.
Em abril de 2023, as expectativas dos empresários potiguares para os próximos seis são otimistas quanto à demanda (57,4 pontos), ao número de empregados (53,4 pontos), às compras de matérias-primas (57,4 pontos) e à quantidade exportada dos produtos (53,8 pontos). A intenção de investimento, por sua vez, voltou a subir, atingindo 59,2 pontos, o que representa alta de 7,5 pontos em relação a março (51,7 pontos), de 10,0 pontos sobre o indicador de abril de 2022 (49,2 pontos) e de 8,5 pontos no que tange à sua média histórica (hoje em 50,7 pontos).
Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observam-se, em oito das quinze variáveis consultadas, comportamento diferente. É factível inferir que, em termos gerais, a situação das indústrias de menor porte no mês é menos favorável. As pequenas indústrias apontaram queda na produção e estoques de produtos finais em alta, mas dentro do nível planejado. Além disso, demonstraram insatisfação com suas margens de lucro e situação financeira no trimestre. As expectativas para os próximos seis meses são de estabilidade no número de empregados e nas exportações. As médias e grandes empresas, por sua vez, assinalaram aumento na produção e estoques de produtos finais em queda, mas acima do desejado; e esperam ampliação do número de empregados e da quantidade exportada nos próximos seis meses.
Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados divulgados em 20/04 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, com a diferença de que os empresários nacionais apontaram aumento nos estoques de produtos finais (indicador 50,5 pontos).
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