Brasil

Presença de militares em Brasília foi ordenada por Bolsonaro, diz colunista do Estadão

Partidos tentam barrar desfile, mas STF nega suspensão da exibição militar no dia da decisão sobre voto impresso

por: NOVO Notícias

Publicado 10 de agosto de 2021 às 07:35

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, negou o pedido do PSOL e da Rede pela suspensão do desfile militar previsto para acontecer na manhã de hoje na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O ministro não chegou a analisar o mérito do pedido pois entendeu que a ação deveria ser rejeitada por questões processuais. E, por se tratar de Marinha e Forças Armadas, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) é o órgão responsável pela análise.

Com isso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) receberá militares durante uma exibição de blindados em Brasília nesta terça. Cerca de 150 viaturas do exercito saíram do Rio de Janeiro em direção à Brasília e devem chegar ao Palácio do Planalto no início da manhã de hoje.

Segundo a colunista do jornal Estadão, Eliane Cantanhêde, a ordem de mudança do itinerário do comboio militar, fazendo com que ele desfilasse em Brasília, partiu do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da defesa, General Braga Neto.

Notícia da coluna de Eliane Cantanhêde no Estadão

A ordem para a Marinha desviar seus tanques e lançadores de mísseis para um desfile no centro da capital da República, esta terça-feira, 10, horas antes da votação do voto impresso, partiu do Palácio do Planalto e do Ministério da Defesa – e, ao contrário da versão oficial, foi dada na sexta-feira passada. Foi uma ordem política, com relação de causa e efeito com a iminência da derrota do presidente Jair Bolsonaro no plenário da Câmara.

Na sexta-feira, enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, desconsiderava a derrota do voto impresso na Comissão Especial e jogava a decisão para o plenário nesta terça-feira, o presidente e o ministro da Defesa, general Braga Netto, determinavam a mudança do roteiro anual do comboio da Marinha para os tanques desfilarem no centro de Brasília antes da votação que Bolsonaro considera de vida ou morte: “Ou fazemos eleição ‘limpa’, ou não teremos eleição”.

 

Militares em Brasília

O comboio militar segue para a cidade de Formosa em Goiás para um exercício da Marinha do Brasil. Apesar dessa mobilização acontecer desde 1988, é a primeira vez que a tropa entrará em Brasília para desfilar antes de seguir viagem ate a cidade destino.

Outra novidade da operação é a presença do exército e da aeronáutica na movimentação militar, antes restrita as forças da marinha do Brasil.

O comboio militar segue para a cidade de Formosa em Goiás para um exercício da Marinha do Brasil. Apesar dessa mobilização acontecer desde 1988, é a primeira vez que a tropa entrará em Brasília para desfilar antes de seguir viagem ate a cidade destino.

Outra novidade da operação é a presença do exército e da aeronáutica na movimentação militar, antes restrita as forças da marinha do Brasil.

 

O que diz a Marinha

O comando da Marinha do Brasil divulgou uma nota onde nega haver qualquer movimento militar com intuito político no dia de votação sobre a decisão do voto impresso pelo congresso.

“Cabe destacar que essa entrega simbólica foi planejada antes da agenda para a votação da PEC 135/2019 no Plenário da Câmara dos Deputados, não possuindo relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes da República”, informou a Marinha.

A instituição anunciou que, a caminho para um treinamento anual em Formosa (GO), vai passar em Brasília na próxima terça-feira (10) em veículos blindados e com armamento, sob a justificativa de que irá levar um convite ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Braga Netto para que assistam ao exercício militar no próximo dia 16 (começou no último dia 2 e vai até o dia 18).

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