Esporte

Potiguares, mãe e filha são prata no Brasileiro de Bocha

Aos 17 anos, Sara Dias tem paralisia cerebral e busca voos mais altos na categoria

por: NOVO Notícias

Publicado 30 de maio de 2022 às 10:28

Sara Gomes Dias e Flávia Gomes da Silva

Sara Gomes Dias e Flávia Gomes da Silva, filha e mãe exibem, orgulhosas, suas medalhas na competição – Foto: Divulgação

Uma conquista para encher o Rio Grande do Norte de orgulho, e uma família em especial. No pódio do Campeonato Brasileiro de Bocha Paralímpica de Jovens, que aconteceu no Paraná, o segundo lugar em um dos pódios foi ocupado por uma dupla potiguar: Sara Gomes Dias e Flávia Gomes da Silva. Os sobrenomes iguais revelam que não é uma dupla qualquer, elas são mãe e filha.

Sara tem 17 anos e paralisia cerebral, e é atleta da Sadef (Sociedade Amigos do Deficiente Físico do RN). Em 2017, começou a praticar bocha, e a mãe Flávia decidiu aprender mais sobre o esporte, sendo calheira da filha. Os calheiros são ajudantes dos atletas com maior comprometimento dos membros. A bocha é uma modalidade paralímpica praticada por pessoas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, e consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca.

“Começamos no esporte como um lazer, uma terapia para distrair Sarinha. Mas a cada treino ela me surpreendia mais, com muita dedicação, aí focamos mais no esporte. Mas não imaginava que ela fosse chegar a uma prata no Brasileiro, por exemplo. Estamos muito felizes”, comemora Flávia, que também faz questão de agradecer ao professor Alexsandro Silva, da Sadef. “Ele foi o primeiro a ver o potencial de Sarinha pro esporte e nos influenciou para seguir no esporte”. A paixão pelo esporte acabou atingindo toda a família. O marido de Flávia, que também é cadeirante, passou a treinar bocha junto com a mulher e a enteada.

O professor lembra que Sarinha tem condições de ir ainda mais longe. “O brasileiro foi uma das etapas na corrida pelas vagas na seleção brasileira que vai disputar o Panamericano de Jovens, na Colômbia. Creio que a ANDE (Associação Nacional de Desporto para Deficientes) vai anunciar uma copa de bocha paralímpica no próximo mês, que servirá como uma segunda seletiva”, diz Alexsandro.

CONQUISTA NO PARACICLISMO

O fim de semana também foi de disputa no paraciclismo, com o Grande Prêmio Taubaté. O paratleta da Sadef, Jackson Alexandre, conquistou a prata na modalidade handbike – que vem crescendo cada vez e ganhando novos adeptos aqui no Estado. A disputa no interior de São Paulo valeu também pela segunda etapa do campeonato paulista do esporte.

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