Porto-indústria verde deve gerar mais de 50 mil empregos no RN, diz Fátima

Em entrevista ao NOVO, governadora do Rio Grande do Norte apresenta plano de investimentos para avançar nas nas áreas de energias renováveis, logística e de segurança hídrica pelos próximos quatro anos

por: NOVO Notícias

Publicado 13 de março de 2023 às 15:30

Fátima Bezerra anuncia investimentos para áreas estratégicas – Foto: Elisa Elsie

A governadora Fátima Bezerra, em seu segundo mandato, revelou planos para avançar em projetos estruturais nas áreas rodoviária e de segurança hídrica, além de investimentos em energia limpa. Ela promete investimento de mais de R$ 1 bilhão em rodovias estaduais, dentro dos Programas de Manutenção de Rodovias e Operação Tapa Buracos, o que representa um aumento de 511% em relação ao investimento feito em 2022.

Em entrevista ao NOVO, A governadora mencionou a instalação do Porto Indústria Verde como uma prioridade para o estado. Ela disse que a primeira fase do projeto vai gerar 50 mil empregos. Fátima Bezerra reforçou o compromisso do governo estadual em atrair investidores para o estado e afirmou que o Rio Grande do Norte é vocacionado para exportar energia eólica combinada com hidrogênio verde para todo o mundo, o que representa uma revolução para o desenvolvimento econômico e social da região.

A governadora destacou que o governo está empenhado em trabalhar no campo institucional para atrair investimentos e aproveitar as oportunidades de desenvolvimento econômico sustentável para o estado. Ainda segundo ela, o Porto-Indústria Verde será um marco importante para a região e irá gerar empregos e renda para a população. Com essas iniciativas, o Rio Grande do Norte busca se tornar referência na geração de energia limpa e sustentável e fomentar o desenvolvimento econômico e social da região.

Qual é o Rio Grande do Norte que imagina daqui a quatro anos, quando concluir o mandato?
– O sentimento de seguir avançando é o mesmo dos primeiros quatro anos. Depois de encararmos a situação caótica em que o Estado estava, no ponto de vista financeiro, e de arrumarmos a casa, de quitarmos a dívida dos salários atrasados dos servidores, deixada pelo governo anterior; de lidarmos com uma conjuntura nacional extremamente adversa, com um governo federal negacionista e perseguidor, acrescente-se aí o enfrentamento de mais de dois anos de uma pandemia sem precedentes e de vermos que o ano de 2022 foi um ano em que o Estado se recuperou economicamente de todos esses baques, o que nós vamos fazer agora é avançar para o projeto de desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Ainda mais com uma nova e promissora expectativa, tendo o presidente Lula, em âmbito federal, como aliado nosso e de todo o povo brasileiro. Vivemos um momento completamente diferente do que tínhamos há quatro anos atrás. Portanto, nesse segundo mandato nós queremos avançar nos projetos de caráter estruturantes em áreas estratégicas como a rodoviária e a segurança hídrica e investimentos em energia limpa. Por exemplo, vamos duplicar a BR-304; concluir obras como a Barragem de Oiticica, o ramal Apodi-Mossoró e o sistema adutor do Seridó. Anunciamos no final do ano passado que vamos investir mais de R$ 1 bilhão em nossas rodovias estaduais, dentro dos Programas de Manutenção de Rodovias e Operação Tapa Buracos. Um valor que ultrapassa em 511% do que foi investido em 2022. Não posso deixar de citar o avanço que queremos com a instalação do Porto-Indústria Verde. Então, nossas perspectivas são muito promissoras, com um Rio Grande do Norte cada vez mais fortalecido e voltado para o desenvolvimento. Acrescentando que vamos seguir com o mesmo compromisso e empenho que tivemos anteriormente, em pastas estratégicas como Segurança, Saúde e Educação.  Nossa meta para o segundo mandato é dar início a uns e encerrar outros projetos estruturantes que vão impactar diretamente, nesse nosso objetivo.

Qual é o papel das energias renováveis para o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte? Pode ser a maior atividade para o PIB potiguar?
– As energias renováveis fazem parte do futuro que almejamos e precisamos não só do ponto de vista econômico, mas como de sustentabilidade mesmo. O mundo inteiro tem se voltado para essa questão da sustentabilidade e da busca por energias limpas. E, desde que assumimos, a gente tem trabalhado para manter o protagonismo do Rio Grande do Norte nesse setor. Vale salientar que o papel do Estado é dar segurança jurídica e celeridade nos processos de licenciamento. E, graças a Deus, temos feito isso. Não é à toa que a gente tem participado de diversas viagens, reuniões e audiências com empresas voltadas para a tecnologia da transição energética. Só para se ter uma ideia, ano passado, participamos da COP-27 das Nações Unidas e, mais recentemente, estivemos em Portugal, participando de reuniões para acordos de cooperação e para assinatura de memorandos e entendimentos com empresas do setor energético, porque estamos fazendo a nossa parte no que diz respeito à descarbonização da economia. A região Nordeste é responsável por cerca de 70% da produção de energia renovável no Brasil e nós estamos na liderança nacional na produção de energia eólica. E nossa perspectiva é nos prepararmos e nos fortalecermos ainda mais no ponto de vista da diversificação da matriz energética com a instalação da energia offshore, ou seja, no mar. Vale lembrar que além do protagonismo eólico, com 218 parques já instalados, a gente também tem se destacado na geração de fonte solar, em especial a fotovoltáica, onde todas as 167 cidades já contam com essa tecnologia. Iremos atingir a marca de mais de 12 GW de potência instalada até o final de 2025, quase a capacidade instalada da Usina de Itaipu, maior hidrelétrica em operação no Brasil, responsável por 10% da energia consumida no País.

O Governo do Estado anunciou a assinatura de carta de intenção para a construção do porto-indústria verde. Quando teremos o início das obras?
– O governo vê esse projeto com muito otimismo. O Rio Grande do Norte tem uma vocação incomensurável e estamos trabalhando nessa perspectiva desde o primeiro mandato e seguimos ainda mais seguros de que esse projeto vai dar muito certo. Veja bem, nós já temos cerca de R$ 32 bilhões, isso apenas no setor on-shore, investidos em energias eólicas e solar no Estado. Estamos trabalhando há quatro anos nesse projeto do Porto Indústria. Como vocês sabem, no final do ano passado, o Governo do Estado, em parceria com a UFRN – numa ação inédita – apresentou estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para dar suporte, exatamente, para a instalação desse Porto. Os estudos apontam Caiçara do Norte como a região que melhor responde aos critérios de área para a instalação desse equipamento no Rio Grande do Norte. Sabemos que só na primeira fase desse projeto mais de 50 mil empregos poderão ser gerados. Então, não estamos medindo esforços, no que é possível no campo institucional para atrair investidores para cá. Somos vocacionados para exportar energia eólica combinada com hidrogênio verde para o mundo todo, o que será uma revolução para o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Norte. Vale lembrar que a chegada de Jean Paul Prates à presidência da Petrobras nos ajuda para além da potencialização na área de petróleo e gás, como também é favorável para viabilizarmos recursos em investimentos de energia renovável, uma vez que ele já nos assegurou, com o aval do presidente Lula, que a sede da direção das energias renováveis da Petrobras será aqui no Rio Grande do Norte. Portanto, esse porto vai fazer uma verdadeira revolução no desenvolvimento econômico de nosso Estado.

Como a relicitação do Aeroporto Aluízio Alves beneficia o Rio Grande do Norte?
– Vale salientar que esse processo de relicitação do Aeroporto é pioneiro no Brasil, e faz parte de um esforço conjunto entre nossa gestão e o atual Governo Federal, para dar início à relicitação dos ativos do setor de transportes e, com isso, voltar a oferecer um serviço de excelência aos aeroportos regionais, principalmente porque esses aeroportos têm papel estratégico na integração entre os estados do Brasil. Quando esteve aqui, o ministro Márcio França fez questão de lembrar que eu fui a primeira governadora a procurá-lo e elogiou nossa iniciativa de termos feito um trabalho prévio para essa relicitação, uma vez que a gente economizou tempo e esforços para o próprio ministério. Agora, falando dos benefícios que você perguntou, veja bem, esse processo vai garantir investimentos na ordem de R$ 308 milhões para nosso terminal aéreo nos níveis de segurança operacional e de serviços prestados aos usuários. E isso por si só fortalece a economia no âmbito do turismo, de negócios e da instalação, por exemplo, do Hub dos Correios. E vale ressaltar também que nosso pioneirismo vai inspirar e facilitar o andamento de outros 10 processos semelhantes no setor de transportes, Brasil afora. São sete rodovias, uma ferrovia e outros dois terminais aéreos que estão esperando novos processos de concessão.

O Rio Grande do Norte está na disputa para receber a nova central de distribuição dos Correios. Como está o trabalho para que isso aconteça?
– Eu já levei ao conhecimento do presidente Lula, enviamos também ofício à Casa Civil e estamos muito confiantes de que esse projeto vai se consolidar e teremos uma resposta positiva do Governo Federal. Esse Hub é um centro de entrega de encomendas internacionais, e que todos esses produtos sairiam daqui, com potencial alto de criação de empregos. Eu participei diretamente, à época, desse projeto. Mas, infelizmente, houve um retrocesso, depois que os dois sucessores da presidenta abandonaram o projeto. Nas nossas tratativas sobre esse assunto junto ao Governo Federal reforcei que esse projeto foi muito bem estudado e ficou comprovado à época que o Rio Grande do Norte é o estado que já dispõe da logística mais adequada para abrigar um investimento dessa natureza, devido à nossa localização geográfica e porque também dispomos de uma área para abrigar esse Hub. Sem contar que sendo feito aqui, esse Centro de Distribuição já começaria a funcionar em cerca de um ano, um tempo muito hábil e ao contrário do que se fosse colocar para outra região.

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