Durante um trabalho investigativo do setor de inteligência, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte identificou a formação de uma nova organização criminosa no estado. Segundo a polícia, fruto de rupturas internas entre membros de outros grupos criminosos que pertenciam a facções com atuação em território potiguar.
“Detectamos, recentemente, uma ruptura entre os líderes do Sindicato do RN. Isso aconteceu internamente, dentro do presídio. Foi divulgado como uma possível rebelião, quando na realidade foi um conflito, confronto entre os detentos”, afirmou o delegado Cidorgeton Pinheiro.
De acordo com a Polícia Civil, depois das determinações que partiram de dentro das unidades prisionais, os integrantes da organização que atuam em São Tomé, no interior do estado, decidiram se unir para criar uma nova facção. Eles seriam ex-membros do Sindicato do Crime e do Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Eles alegam um suposto apoio a uma facção que atua no estado do Rio de Janeiro. Só que existe uma dúvida em relação a organização do estado carioca, se ela estaria mesmo dando apoio aos criminosos aqui do Rio Grande do Norte, ou seria apenas uma jogada para iniciar a atuação”, pontuou o delegado.
A possível nova organização criminosa que vem atuando no estado é chamada de Comando 84, trazendo referência ao código postal do Rio Grande do Norte. Para Cidorgeton, apesar de recente, já é possível identificar membros que estariam dentro da facção.
“Ainda é muito cedo pra gente dizer que existe. São integrantes, alguns membros, que somos capazes de nomear e numerar, que se rebelaram e agora estão assumindo esse novo grupo denominado Comando 84”, esclareceu Cidorgeton.
Segundo a polícia, alguns crimes que foram registrados no estado podem ser correlacionados com as ordens partidas da nova facção. Um deles aconteceu no dia 8 de novembro deste ano, quando um homem foi morto e teve o corpo esquartejado por criminosos no bairro de Jardim Lola, em São Gonçalo do Amarante, município da Região Metropolitana de Natal.
Um outro caso que chamou a atenção foi um atentado registrado a um possível líder da nova facção, cuja casa onde mora foi alvo dos bandidos, em São Tomé – cidade de maior concentração dos membros da nova organização criminosa. Na ocasião, os criminosos efetuaram diversos disparos contra a residência.
A Polícia Civil identificou membros da nova facção em pelo menos três cidades potiguares. A maior parte está em São Tomé. Já em Bom Jesus e na capital, Natal, a polícia afirmou que a presença dos integrantes acontece de forma mais contida.
“A Polícia Civil já identificou quem seriam esses suspeitos que estão querendo formar esse novo grupo. Já temos alguns presos que agiram com extrema violência em relação à origem desta nova facção, entre eles, três presos em Bom Jesus com artefatos explosivos e, também, os autores do atentado em São Tomé”, destacou o delegado.
Para o delegado, a continuidade do trabalho de investigação e combate ao crime continua sendo a saída mais eficaz para reprimir o crime organizado. “O estado não é onipresente, mas tem dado respostas satisfatórias. Em comparação com outros estados próximos, vemos que o trabalho realizado aqui ainda responde de forma satisfatória. Claro que não conseguimos impedir o surgimento, mas buscamos combater a expansão”.
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