Polícia

Plano para matar Moro e promotor foi feito pela “inteligência do PCC”

Plano para sequestrar autoridades e matar o senador Sérgio Moro (União -PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya teria sido elaborado célula autodenominada ‘sintonia restrita’, que funciona como um centro de inteligência da facção

por: NOVO Notícias

Publicado 23 de março de 2023 às 07:00

Alvo do PCC, Sérgio Moro tinha era chamado de "Tóquio". Foto: Marcos Corrêa/PR

Alvo do PCC, Sérgio Moro tinha era chamado de “Tóquio”. Foto: Marcos Corrêa/PR

O plano para sequestrar autoridades e matar o senador Sérgio Moro (União -PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya teria sido elaborado célula autodenominada ‘sintonia restrita’, que funciona como um centro de inteligência da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Os ataques seriam colocados em prática por meio de uma ação coordenada e simultânea em diferentes Estados, segundo a investigação.

O ousado plano de atentados contra autoridades foi tornado público nesta quarta-feira (22), na Operação Sequaz, foi descoberto pelo Ministério Público de São Paulo em janeiro. Lincoln Gakiya, que há quase vinte anos investiga o PCC, tomou conhecimento do plano ao interrogar uma testemunha.

O depoimento foi tomado em uma investigação sobre ações planejadas pela organização como retaliação a autoridades. O próprio Gakiya seria um dos alvos da facção. Outro nome na mira dos criminosos era Sérgio Moro (União-PR), tratado pelo codinome ‘Tóquio’. A escalada de violências do PCC estaria na iminência de ser desencadeada.

Soldados da facção monitoravam os passos dos alvos e já haviam alugado imóveis que, provavelmente, seriam usados durante a execução do plano. Uma casa em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foi vasculhada nesta quarta pela Polícia Federal. Os agentes encontraram um ‘fundo falso’ em uma parede.

A suspeita foi levada por Gakyia ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, que acionou a cúpula da Polícia Federal e comunicou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O ex-juiz da Operação Lava Jato e sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União-PR), também foram avisados e colocados sob proteção de forte escolta policial.

O plano da facção teria sido motivado por mudanças nas regras para visitas a detentos. Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais quando era ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Como ministro ele também coordenou a transferência e o isolamento dos ‘cabeças’ da organização criminosa nos presídios de segurança máxima. Agentes penitenciários também seriam alvo da facção.

A operação deflagrada nesta quarta pela PF prendeu nove pessoas. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram autorizados pela juíza Gabriela Hardt, que foi substituta de Moro na 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba na Operação Lava Jato.

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