Economia

Planejamento financeiro: como se livrar das dívidas em 2024

Entender os gastos pessoais e priorizar os custos fixos são os primeiros passos; não fazer novas contas é um desafio

por: NOVO Notícias

Publicado 8 de janeiro de 2024 às 15:00

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A chegada de um novo ano, muitas vezes, também é um momento para muitas famílias iniciarem um planejamento financeiro, de forma a quitar dívidas antigas, evitar contrair novas e viver com uma “folga” suficiente para reduzir as preocupações e até alcançar objetivos pessoais. Em dezembro, a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrava que 76,6% das famílias estavam endividadas e 29% tinham contas em atraso.

A primeira orientação é entender os gastos pessoais, calculando os gastos fixos mensais, ou seja, aquelas despesas que têm um valor igual ou muito semelhante todos os meses, como o aluguel, o condomínio, a conta de luz, gás, água, saúde e educação. De acordo com o contador Leandro Nunes, mediante à sobra do que foi pago dos custos fixos, é possível identificar os custos variáveis em segundo plano. “Dê ênfase aos custos que ocorrerão obrigatoriamente todo mês. A partir disso, estime os custos variáveis, que, normalmente, são lazer e gastos como um jantar fora, por exemplo”, explica, acrescentando que a dica é anotar todas as compras feitas, incluindo até o cafezinho.

O ideal é fazer uma média dos últimos seis meses para entender o que essas despesas representam. Se o rendimento mensal não for um salário fixo, pode ser interessante também fazer uma média. A partir do acompanhamento mensal é fundamental entender se as receitas conseguem cobrir todas as despesas, ou se os gastos estão ultrapassando a renda.

Em relação às dívidas já existentes, o especialista em mercado financeiro, Henrique Souza, dá outras dicas. “Primeiramente identifique, reconheça e estude cada dívida que você possuir. Analise os valores do endividamento de cada conta e quais são as que impactam mais o seu orçamento pessoal ou familiar. Observe os juros praticados e busque renegociar de modo que consiga pagar o que for acordado. Não aceite a primeira proposta que lhe for ofertada. Barganhar descontos maiores na renegociação das dívidas pode permitir um controle financeiro mais eficaz”, pontua.

Henrique Souza também ressalta a importância de dar a atenção devida ao uso do cartão de crédito. Controle é fundamental. “O cartão de crédito não é um vilão, mas pode passar a ser se for utilizado desenfreadamente com um descontrole por compras em que não se observe o montante já gasto, o limite que o cartão possui e futuras compras que de fato serão necessárias”, explica. Ferramentas como o cheque especial, que tem altos juros, também só devem ser acionadas em caso de emergência.

O especialista alerta que, se a situação é de endividamento, todo e qualquer ganho financeiro obtido deve ser preferencialmente destinado ao pagamento das dívidas.

“Principalmente aquelas que apresentem juros mais elevados e possuam maior importância no cotidiano do indivíduo como energia elétrica, prestação de veículo, cartão de crédito”, acrescenta Henrique Souza.

Deixar de fazer novas contas é um desafio enorme. “A vida tem costumado demandar uma necessidade contínua de consumo, porém é preciso ter controle financeiro e emocional para não contrair novas dívidas por impulsividade. Fazer a lista de compras somente com o necessário; utilizar o mínimo possível o cartão de crédito; cancelar cartões de crédito em excesso que, por ventura, se tenha para evitar a tentação por se fazer novas compras; e, evitar a busca por produtos novos por curiosidade para que o hábito de consumo não se torne corriqueiro”, ressalta Henrique Souza.

Além de pagar os custos fixos, os variáveis e honrar as dívidas, o contador Leandro Nunes lembra que buscar investir um percentual da renda é o ideal. “Na teoria, isso é o ideal, mas sabemos que na prática isso não é fácil, uma vez que isso é muito complicado para o cidadão comum que ganha salário. Mas é importante tentar atingir a esse ideal. Após pagar tudo que é preciso, tente reservar, no mínimo, 10% do seu rendimento mensal para juntar dinheiro. Às vezes, a pessoa pensa que é um valor muito pequeno e que não vale nem a pena guardar. Mas vale sim. Todo dinheiro investido, por menor que seja, é um investimento importante”, conclui o contador Leandro Nunes, destacando que dinheiro deve ser investido, para evitar a perda de poder de compra causada pela inflação.

Entre as opções de baixo risco para isso estão a poupança, os títulos de renda fixa – como os títulos do tesouro e o Certificado de Depósito Bancário (CDB) –, respaldados pelo Fundo Garantidor de Crédito, ou seja, que estão protegidos em valores até R$ 250 mil.

ECONOMIZE
Para economizar e fazer um orçamento adequado a renda, uma das dicas é buscar reduzir planos como os de internet e telefone. Fazer pesquisas de preço é outra forma de conseguir adquirir bens e serviços, mantendo as despesas sob controle. Hábitos de controle do consumo podem ser úteis, segundo o Idec, como sair de casa com o dinheiro contado para o que precisa, evitando compras por impulso, assim como pensar com antecedência as trocas de aparelhos celulares e óculos, estipulando um tempo mínimo de uso dos itens.

DEFINA OBJETIVOS
Depois de entender o quanto gasta e fazer os ajustes para que as despesas sejam menores do que as receitas, é importante definir metas, pensar nos objetivos para daqui seis meses, um ano e a longo prazo – férias na praia, uma televisão nova ou uma aposentadoria mais confortável. Com isso em mente, é possível ter uma noção de quanto é preciso poupar ao longo dos meses para conseguir realizar os objetivos.

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