Investigado no caso da "Abin Paralela" poderá responder por crime de organização criminosa. Foto: Polícia Federal

Investigado no caso da "Abin Paralela" poderá responder por crime de organização criminosa. Foto: Polícia Federal

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Investigação PF prende investigado no caso da “Abin paralela”

De acordo com a PF, um dos suspeitos recebia conteúdos de desinformação produzidos pela organização criminosa e os espalhava entre parlamentares, ambiente no qual transitava

por: Ag&encia Brasil

Publicado 10 de outubro de 2024 às 17:00

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira, 10, em Brasília o assessor parlamentar Daniel Ribeiro Lemos, lotado no gabinete do deputado Pedro Jr (PL-TO), por suposta divulgação de notícias falsas, usando seu “acesso ao parlamento”, abastecido por desinformação da Abin paralela.

Segundo a corporação, mesmo após o desmonte da estrutura montada no governo Jair Bolsonaro, o suspeito seguiu difundindo fake news nas redes sociais, inclusive enviando o material a “agentes estrangeiros, induzindo-os ao erro”.

A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado, mas não havia obtido retorno até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestações.

Os investigadores também cumpriram duas ordens de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Trata-se da 5ª fase da Operação Última Milha, que apura o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecer filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos opositores.

Segundo a Polícia Federal, os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

A fase anterior da Última Milha, aberta em julho, avançou sobre um outro grupo descortinado pela Polícia Federal: o da presidência da República, que fazia a ponte entre Bolsonaro e propagadores de desinformação sob suspeita – influenciadores ligados ao chamado ‘gabinete do ódio’ e os próprios integrantes da Abin Paralela, que municiavam os primeiros com fake news.

Na ocasião, Daniel também foi alvo da ofensiva. Ele se apresentava como analista político legislativo.

Como mostrou o Estadão à época, a Polícia Federal seguiu com as investigações para avançar sobre outros integrantes da organização criminosa sob suspeita de usar ferramentas de espionagem.

A corporação também quer se debruçar os “indícios veementes” que encontrou de crime de corrupção passiva. A suspeita dos investigadores é que o grupo visava não só vantagens políticas, mas também econômicas, via corrupção passiva.

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