El Niño no Brasil em 2023 deve gerar estiagens e elevar temperaturas no Nordeste. Foto: Luara Baggi/Inpe
Pesquisadores do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alertam para os possíveis efeitos do fenômeno El Niño na Região Nordeste nos próximos meses. Com a formação do El Niño, espera-se um aumento nas temperaturas e a ocorrência de estiagens em partes da região. Essa situação contrasta com as expectativas para o Sul do país, onde o fenômeno pode resultar em chuvas intensas.
O aumento da temperatura da superfície do mar na região do Oceano Pacífico indica o início do desenvolvimento do El Niño, segundo o pesquisador do CPTEC/Inpe, Caio Coelho. As chances de formação do fenômeno são estimadas em 60%. Se as previsões sobre o El Niño se confirmarem, é esperado um período de menor precipitação no Nordeste, embora não seja descartada a possibilidade de chuvas importantes em algumas áreas da faixa leste, que passará pelo seu período chuvoso.
Em contrapartida, a região Sul do Brasil pode enfrentar um volume expressivo de chuvas, especialmente nos meses de junho e julho. Essa região apresenta um regime de chuvas mais regular ao longo do ano, e o possível desenvolvimento do El Niño aumenta as chances de precipitações intensas durante o verão.
De acordo com o CPTEC/Inpe, as condições do El Niño devem persistir até o final de 2023. No entanto, vale ressaltar que as previsões realizadas durante o período conhecido como “barreira de previsibilidade da primavera” do Hemisfério Norte podem apresentar maior incerteza e menor habilidade preditiva em comparação com as previsões posteriores a esse período.
Essas previsões sobre o El Niño têm grande importância para a Região Nordeste, que enfrenta desafios relacionados à disponibilidade de água e ao desenvolvimento agrícola. A possibilidade de estiagens e de chuvas irregulares impacta diretamente os recursos hídricos, a produção agrícola e a vida das comunidades locais.
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