Cotidiano

Perda ou alteração da fala podem ser sinais de afasia

A afasia é resultado de danos às áreas do cérebro que controlam a linguagem

por: NOVO Notícias

Publicado 29 de junho de 2023 às 13:08

A afasia é resultado de danos às áreas do cérebro que controlam a linguagem

Frases curtas, incompletas ou que não fazem sentido. Troca de uma palavra pela outra, substituição de fonemas, entre outras dificuldades de expressão com redução significativa na compreensão oral da linguagem, da leitura e da escrita são alguns sinais de alerta para a afasia, transtorno que prejudica a capacidade do indivíduo de se comunicar. Os hospitais da Rede Ebserh possuem profissionais especializados no diagnóstico e no tratamento desse distúrbio, que é tema, neste mês de junho, da campanha nacional da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Afasia: Quebrando o Silêncio.

A afasia é resultado de danos às áreas do cérebro que controlam a linguagem. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a causa mais comum, mas ela também pode ocorrer em decorrência de tumores cerebrais, processos neurodegenerativos ou traumatismos.

“Qualquer condição que acometa o sistema nervoso central nas áreas relacionadas à linguagem pode causar a afasia, que se manifesta por dificuldades na fala, mudez ou até dificuldades mais específicas para repetir, nomear ou escrever. Dependendo da lesão ou acometimento, o paciente pode ser fluente e falante, mas, mesmo assim, apresentar dificuldades para compreender o que lhe é dito ou ter dificuldade em discriminar palavras”, explica a fonoaudióloga e especialista em linguagem do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ana Paula Teixeira.

O hospital universitário localizado em Natal (RN) é um dos 41 integrantes da Rede Ebserh e oferece diagnóstico e tratamento para a afasia, fundamentais para que o paciente consiga ter uma boa evolução, resultando em independência comunicativa e qualidade de vida.

“A avaliação fonoaudiológica nas enfermarias acontece sob pedido de parecer médico ou da equipe multidisciplinar. Aplicamos o protocolo de procedimento operacional padrão (POP) para rastreio de habilidades cognitivo-linguísticas. Após o direcionamento positivo, utilizamos uma avaliação resumida de linguagem à beira do leito para elucidar sobre o tipo de afasia e orientar os profissionais envolvidos e os acompanhantes sobre estratégias de comunicação e formas de estimular o indivíduo de maneira mais assertiva”, afirma.

Tratamento

O tratamento é primordial para a independência comunicativa. No entanto, deve-se ter cuidado ao usar a palavra cura, conforme explica a fonoaudióloga do Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG/Ebserh), localizado em Belo Horizonte (MG). “Em primeiro lugar, deve-se considerar a causa. Quando ocorre em decorrência de um AVC pequeno, por exemplo, há grande possibilidade de o indivíduo recuperar totalmente o uso da linguagem. Já nas lesões maiores, a melhora é inegável, mas não necessariamente com a reversão total do déficit. Entretanto, quando a afasia é manifestada por uma doença neurodegenerativa, como nas afasias progressivas primárias, a cura não é possível, mas a intervenção fonoaudiológica ajuda muito na independência comunicativa e qualidade de vida”, conta a especialista.

Na unidade hospitalar, o atendimento aos pacientes com a condição inicia-se no Pronto Atendimento, podendo ter continuidade nas unidades de terapia intensiva ou na enfermaria. Após receberem alta hospitalar, e caso seja necessário, o acompanhamento é realizado no Ambulatório de Fonoaudiologia por meio de sessões de terapia individuais e em grupo.

 

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