Micro e pequenas empresas (MPE) no Rio Grande do Norte faturaram até R$ 4,8 milhões por ano e registraram crescimento de 88,8% na última década. Acumulado de empregos gerados pelas empresas do setor passou de 23,2 mil em 2024
Publicado 20 de dezembro de 2024 às 10:05
Do total de empresas abertas no Rio Grande do Norte e que contribuem para a geração de emprego e renda, 85,1% são pequenos negócios, o que mostra a importância dessas firmas que, por ano, faturam no máximo R$ 4,8 milhões.
Em 10 anos, esse número cresceu 88,8%. “A variação empresarial entre 2014 e 2024 é de 88,8%. Saímos de 151.375 para 277.959 empresas em 10 anos’, informa o gerente da Agência Sebrae Grande Natal, Thales Medeiros.
“Os negócios que mais foram abertos nos últimos 10 anos são comércio varejista de artigos e vestuário e acessórios, cabeleireiros, manicure e pedicure, promoção de vendas, minimercados e mercearias, e restaurantes e similares. São também as atividades empresariais com mais pequenos negócios abertos em todo o Brasil”, complementa.
Na geração de empregos, os pequenos negócios também são diferenciados. O acumulado de empregos gerados por Micro e Pequenas Empresas (MPE) no Rio Grande do Norte, de janeiro a outubro de 2024 (23.266), cresceu 31% em comparação com o mesmo período de 2023 (17.787).
O saldo acumulado no período passou de 21.937 vagas em 2023 para 34.493 em 2024. Do montante total, 70,51% das novas vagas foram geradas por pequenos negócios, sendo 21.175 postos gerados pelas microempresas, 2.091 a pequenas empresas e 1.057 a médias empresas, totalizando 24.323 empregos.
De acordo com Thales Medeiros, não há um único fator que possa explicar o expressivo aumento de pequenos negócios nos últimos anos. Mas ele pondera que o movimento se intensificou após a pandemia.
“Sempre consideremos a confluência de uma série de ações que favorecem ou não esse desenvolvimento. Podemos apontar o número expressivo de novos MEI a partir da pandemia (inicialmente puxada pelo desemprego), programas de regularização e renegociação de dívidas, aquecimento do segmento de energia (óleo, gás, energias renováveis etc) e agronegócio’, destaca.
Ele também aponta que o perfil dos empreendedores no RN mudou e, de modo mais significativo, após a pandemia de Covid. “A situação forçou as empresas a se digitalizarem de modo mais rápido. A adoção de tecnologias, como inteligência artificial e tecnologias de automação vem
sendo ampliada e poderá ser um diferencial competitivo significativo no futuro”, diz.
E acrescenta: “O empreendedor atual possui muitas outras possibilidades de canais de venda, além da loja física, e isso o impulsiona a conhecer e experimentar a ampliação dos seus
resultados. Iniciativas voltadas à experiência e encantamento do cliente se tornam cada vez mais
relevantes dentro da estratégia de conversão de venda. Essas novas competências exigem maior
adaptação, conhecimento do público, novas formas de comunicação e relacionamento”.
Thales Medeiros explica que, a partir do “Diagnóstico Situacional do Estado do Rio Grande do Norte”, produzido pelo Governo do Estado por iniciativa da então Secretaria de Planejamento, o Sebrae-RN identificou desafios político-econômicos para fomentar um ecossistema mais favorável ao desenvolvimento econômico.
Entre essas medidas, ele indica que foram identificadas a necessidade de ampliar o acesso a crédito e financiamento, sobretudo o microcrédito para apoio aos pequenos negócios, e promover a desburocratização e simplificação, que pode ser suportada através do investimento em tecnologias para integração de serviços que ofereçam agilidade aos processos de abertura e fechamento de empresas, obtenção de licenciamento e alvarás, assim como simplificação do sistema tributário para os pequenos negócios.
Além disso, o Sebrae-RN também aponta que é necessária mais capacitação e qualificação de mão de obra e de empresários para suprir a demanda, sobretudo de serviços especializados e focados nas potencialidades locais, com vistas à digitalização e inovação dos negócios.
Outros pontos identificados foram o incentivo à inovação e tecnologia para pequenos negócios, impulsionando sua transformação digital e seu transbordo para o impacto social dos negócios em seus territórios; a melhoria de infraestruturas e ampliação de parques industriais e tecnológicos que sirvam de celeiro de inovação e conhecimento sobre e para os pequenos negócios; e o acesso a mercados através de internacionalização, compras governamentais e atração de feiras e eventos que promovam os produtos e serviços potiguares.
No Rio Grande do Norte, entre 2019 e 2024, a taxa de mortalidade das empresas foi de 45,3%, e a média de idade das empresas é de sete anos. Esse número é impactado pela volatilidade das empresas MEI (Microempreendedores Individuais), cuja desburocratização permite a abertura e fechamento com muito mais celeridade.
Se o recorte for feito sem os MEIs, a taxa de mortalidade de empresas no RN cai para 31,8%, e a média de idade das empresas aumenta para 9,6 anos. Esses números, segundo Thales Medeiros, “estão mais ou menos homogêneos com indicadores médios em todo o mundo”.
NA VISÃO DO SEBRAE-RN, AS SEGUINTES MEDIDAS PODERIAM AJUDAR A REDUZIR A MORTALIDADE DAS EMPRESAS NO ESTADO:
Receba notícias em primeira mão pelo Whatsapp
Assine nosso canal no Telegram
Siga o NOVO no Instagram
Siga o NOVO no Twitter
Acompanhe o NOVO no Facebook
Acompanhe o NOVO Notícias no Google Notícias