“Para pensar a Potigás do Futuro precisamos pensar em inovação”, afirma diretora-presidente da Potigás

Em entrevista ao NOVO Notícias, a nova CEO da Potigás, Marina Melo Alves Siqueira, falou sobre o desafio de gerir a empresa nesse momento de alta dos combustíveis e sobre o pioneirismo potiguar na abertura do Novo Mercado do Gás

por: NOVO Notícias

Publicado 20 de junho de 2022 às 16:00

Marina Siqueira, diretora-presidente da Potigás

Marina Siqueira, diretora-presidente da Potigás – Foto: Divulgação

Aos 36 anos, Marina Melo Alves Siqueira é a diretora-presidente mais nova das Companhias de Gás Natural do Brasil. Ela foi indicada ao cargo da Potigás pelo Governo do Estado e nomeada no Conselho de Administração da Companhia. Em entrevista ao NOVO Notícias, a nova CEO da Potigás, que é advogada por formação, falou sobre o desafio de gerir a empresa nesse momento de alta dos combustíveis, sobre o pioneirismo potiguar na abertura do Novo Mercado do Gás e também sobre juventude, experiência e a importância da diversidade agregando valor aos negócios. Confira!

ENTREVISTA / Marina Siqueira, diretora-presidente da Potigás

NOVO – Como foi para você receber o convite para assumir a presidência da Companhia Potiguar de Gás?

Marina Siqueira – Recebi o convite com muita responsabilidade. A Potigás é uma empresa consolidada no mercado e que muito contribui para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte, e assim deve se manter!

Sou advogada e já acumulava experiência com sociedades de economia mista antes mesmo de vir para cá (2019). Durante o período que fui assessora aqui na Companhia também ocupei o conselho de administração da AGN, que contribuiu para que eu tivesse uma visão holística que alia as rotinas da alta administração ao dia a dia da empresa.

NOVO – Quais os desafios dos próximos meses a frente da Potigás?

MS – Nosso desafio é enfrentar esse momento de alta nos preços dos combustíveis de forma a manter a competitividade do Gás Natural frente às outras fontes energéticas, além disso, dar previsibilidade aos nossos clientes em relação ao preço do combustível diante da conjuntura nacional e internacional. Outro desafio será rever o nosso plano de investimentos da Companhia para que possamos ir além, buscando alcançar municípios ainda não atendidos pela concessão.

NOVO – O trabalho da ex-presidente Larissa Dantas e equipe da Potigás ficou reconhecido por tornar o Rio Grande do Norte pioneiro na abertura do Novo Mercado de Gás, fato que foi primordial para a contratação de uma nova supridora, em substituição à Petrobras e para a consequente redução do preço do gás natural no estado. Como vocês estão trabalhando para ampliar esse mercado?

MS – A equipe da Potigás comprou as diretrizes do chamado Novo Mercado de Gás desde o início. Sempre acreditamos que o Rio Grande do Norte possuía as condições ideais para ser protagonista.

A Potigás já tinha a expertise na realização de chamadas públicas para aquisição de Gás Natural o que facilitou o processo de contratação dos novos supridores. Aliado a isso, tivemos um amplo apoio do Governo do Estado neste processo, notadamente pela própria Governadora, que pleiteou junto à Agência Nacional de Petróleo – ANP as providências necessárias para viabilizar este novo mercado. Atualmente, a Companhia trabalha com dois supridores: a Potiguar E&P do grupo Petrorecôncavo e a empresa do grupo português – GALP. Todavia, com o crescimento do nosso mercado consumidor, estamos precisando adquirir ainda mais volume de Gás Natural para atender satisfatoriamente os nossos clientes. Estamos também fazendo uma análise de mercado para saber se abriremos uma nova chamada pública para contratar o volume adicional, ou se partiremos para aditivar os contratos já existentes.

NOVO – O Projeto de Lei nº 371/2021, que regulamenta a exploração de gás canalizado no Estado foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa. Quais os benefícios que a lei do gás trará para o RN?

MS – Um dos pontos de maior destaque da lei é a criação do mercado livre de Gás Natural, no qual os médios e grandes consumidores de gás poderão negociar / adquirir livremente no mercado a molécula, o que acreditamos, trará maior competitividade entre os supridores e, com isso, redução no custo do Gás Natural.

NOVO – Como será o trabalho da presidente Marina Siqueira nos próximos meses?

MS – A Potigás em 2023 completará 30 anos! Um marco importante na nossa história que ainda terá pela frente mais 20 anos de concessão. Assim, para pensar a Potigás do futuro precisamos pensar em inovação.

Pretendo trabalhar fortemente no planejamento estratégico da companhia para os próximos anos de forma a estruturar de maneira consistente os seus planos de expansão. Aliado a isso, desenvolver projetos inovadores que possam contribuir para o nosso negócio de forma a melhor atender aos nossos clientes, tudo isso, dando continuidade ao trabalho de capacitação e valorização do nosso time de empregados e fortalecendo os instrumentos de controle e governança.

NOVO – Você é a CEO mais jovem das distribuidoras de gás do país. O que diria de incentivo para as mulheres que atuam ou pretendem atuar na gestão de grandes empresas?

MS – Esse é um cenário que vem mudando muito lentamente. Mulheres ocupando cargos na alta gestão das empresas, infelizmente, não é comum, e, se agregarmos a isso a questão da juventude, somos bem poucas mesmo!

Precisamos fazer com que a sociedade como um todo entenda que a diversidade agrega valor ao negócio! A visão conjunta de homens e mulheres, juventude e experiência nos posiciona de forma mais abrangente para buscar as melhores soluções.

A minha palavra de incentivo para quem pretende atuar na área de gestão de grandes empresas é dedicação! Trabalhe com ética, estude e não deixe que ninguém limite o seu potencial.

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