Cotidiano

Operação para capturar fugitivos de Mossoró já custa mais de R$ 1,5 mi

NOVO Notícias conseguiu por meio de pedido de acesso à informação os valores que já foram gastos na operação que visa a recaptura dos dois detentos que fugiram do presídio de Mossoró e estão há 41 dias em fuga

por: NOVO Notícias

Publicado 25 de março de 2024 às 15:15

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Buscas por Rogério Mendonça e Deibson Cabral começaram em 20 de fevereiro – Foto: José Aldenir/TheNews2/Estadão Conteúdo

A operação de busca pelos fugitivos do presídio federal de Mossoró tem gastos que já superam a marca de R$ 1,5 milhão. A cifra foi obtida por meio de pedidos de acesso à informação feitos pelo NOVO Notícias ao Ministério da Justiça, à Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e à Secretaria Nacional de Políticas Penais.

De acordo com as respostas enviadas, entre 22 de fevereiro deste ano até 18 de março foram gastos com diárias operacionais o total de R$ 947.380. Já com manutenção e abastecimento das viaturas empregadas na operação Mossoró, foram gastos R$ 115.446,02 até 15 de março.

Foram gastos ainda mais R$ 100.908,96 com assistência e saúde para os agentes de segurança que foram mobilizados para atuar nas buscas pelos foragidos do presídio federal de Mossoró. O total foi calculado no período do dia 20 de fevereiro ao dia 18 de março. As informações foram dadas pela diretoria da Força Nacional de Segurança Pública.

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Além disso, foram gastos com diárias operacionais de 27 policiais penais federais um total de R$ 205.607,31, até dia 19 de março. Houve também um gasto de R$ 50 mil com combustível para a aeronave. As informações foram passadas pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Já a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) informou que mobilizou um agente de segurança e os gastos com esse deslocamento foram gastos R$ 5.611,80 com passagem aérea; e mais R$ 2.480,00 com diárias operacionais dos dias 22 a 29 de fevereiro.

O total exato dos gastos informados foi de R$ 1.427.434,09. Somente com diárias operacionais com a Força Nacional de Segurança, a média diária no período informado foi de R$ 36,4 mil por dia. As despesas, de acordo com as informações do Ministério da Justiça, foram contabilizadas até o dia 19 de março – há seis dias. No entanto, como a operação segue em curso, o custo com a recaptura já passou o R$ 1,5 milhão.

E esse valor ainda é abaixo do que realmente deve ter sido gasto porque não inclui os gastos com estrutura para manter na área os homens da Polícia Rodoviária Federal e da polícia militar do Rio Grande do Norte.

Esses gastos relativos às forças de segurança federal deverão ser ainda maiores porque recentemente o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, prorrogou a permanência das forças de segurança que atuam na operação de recaptura até, pelo menos, dia 29 de março.
No dia que foi anunciada essa prorrogação, também surgiram informações sobre um debate interno no Ministério acerca de quanto tempo mais a operação Mossoró seria mantida.

A Força Nacional de Segurança Pública está atuando na região desde o dia 23 de fevereiro. No final de semana completou um mês que os agentes auxiliam nas buscas. Inicialmente foram mobilizados 104 homens. Dia 18 de março, havia 93 agentes. Esses homens operam na região usando 20 viaturas.

Fuga do presídio federal de Mossoró completa 41 dias

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, são naturais do Acre, e fugiram dia 14 de fevereiro do presídio em Mossoró, tornando-se os primeiros detentos a conseguirem fugir de uma penitenciária federal na história.

A unidade estava passando por uma reforma interna e os equipamentos não foram guardados adequadamente, facilitando o acesso dos detentos. Um processo administrativo e um inquérito da Polícia Federal (PF) foram instaurados para apurar as circunstâncias e responsabilidades pela fuga.
Um dia antes das buscas completarem 30 dias, o ministro da Justiça esteve em Mossoró e avaliou que – segundo os indícios – os fugitivos ainda permaneciam na região de Baraúna, fronteira com o estado do Ceará.

E argumentou que as buscas eram muito difíceis devido à área ser de mata fechada e também incluir muitas cavernas. Para complicar ainda mais a operação, os dois teriam recebido ajuda de terceiros, pessoas ligadas à facção da qual eles fariam parte, o Comando Vermelho.

Nas últimas semanas, também de acordo com informações divulgadas na imprensa nacional, a operação enfrenta desânimo pelo fato de não terem sido mais encontrados sinais dos fugitivos na área. Ainda esta semana deverá ser divulgado qual o destino da operação Mossoró: se será encerrada, prorrogada ou passará a atuar de outra forma, visando a redução dos custos.

De uma maneira ou de outra, a avaliação a que se chega é que o possível fracasso na recaptura dos fugitivos marcará a gestão Lewandowski à frente do Ministério. Ele inclusive foi convidado para apresentar explicações sobre a fuga na Câmara dos Deputados. Caso não aceite o convite, a tendência é que ele seja convocado e tenha de ir à Câmara obrigatoriamente.

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