Daniela Freire, jornalista

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Opinião

Opinião “Nunca pensamos nisso”, diz Raimundo Alves sobre aliança com prefeito de Mossoró

A estratégia de Rogério Marinho em tentar isolar o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, no processo de articulação para as eleições de 2026

por: Daniela Freire

Publicado 3 de fevereiro de 2025 às 16:15

NOVIDADE
A estratégia de Rogério Marinho em tentar isolar o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, no processo de articulação para as eleições de 2026 e a resposta do gestor mossoroense ao surgir sorridente e entrosado com Fátima Bezerra e Walter Alves, em evento institucional na Capital do Oeste, provocou muito burburinho nos bastidores políticos, que passaram a especular sobre a possibilidade de união de Allyson ao governismo no RN de olho na disputa majoritária. Sobre esse assunto, a coluna conversou com o articulador político de Fátima, o chefe da Casa Civil Raimundo Alves, que ressaltou que “isso é novidade” para o grupo político. “Nunca pensamos nisso”, garantiu.

CANDIDATO NATURAL

Ao comentar sobre o assunto, Raimundo considerou que o entendimento é de que “Allyson está sendo, literalmente, escanteado pelo grupo de Rogério Marinho”. “Isso é fato”, afirmou. O articulador e chefe da Casa Civil reforçou, ainda, que “até onde sabemos, Walter Alves é pré-candidato a governador e nosso aliado natural”.

RESPOSTA AO NOVATO

Enquanto o senador Styvenson Valentim se filiava ao PSDB, neste sábado (01), em Brasília, o presidente nacional da legenda, Marconi Perillo, visitava o presidente da sigla no RN, deputado Ezequiel Ferreira, presidente da Assembleia Legislativa, em sua casa de praia em Pirangi. Pareceu uma ação coordenada entre os dois colegas tucanos para dar um aviso ao novato no ninho.

AFAGOS
Tanto que Ezequiel e Marconi fizeram questão de publicar o encontro nas suas respectivas redes sociais. “Em Natal, fui recebido em um almoço por este querido amigo Ezequiel. Na terça (4), vou prestigiar a posse da nova Mesa Diretora do Poder Legislativo, aqui dos amigos potiguares”, escreveu Perillo. Segundo Ezequiel, durante a conversa também foi colocada “a pauta política em dia”.

TRÉPLICA
Enquanto isso, em Brasília, Styvenson reagia. Ao anunciar a mudança em uma ‘live’ tosca, meio que às escondidas, ele buscou filmar o novo líder do PSDB, Plínio Valério (AM), sem o conhecimento do colega parlamentar, para tentar ‘provar’ que mesmo no PSDB ele continua oposição a Fátima Bezerra no RN e para insinuar que poderá ocorrer mudanças no comando da sigla no RN. “Eu estou dizendo que aqui em Brasília está tudo resolvido. Aqui em Brasília. Aí no Estado a gente ainda vai resolver a situação”, afirmou o senador.

RECADO
“Tudo ao seu tempo. Ninguém vai querer resolver o Estado hoje”, ponderou Plínio, sem saber que estava sendo gravado. No que Styvenson rapidamente virou a câmera para si e garantiu ao seu público: “Uma coisa que eu vou dizer é que não faço parte do governo Fátima e nem vou ficar em um partido do governo Fátima, viu. O recado está dado”.

FREDDIE MERCURY DE POTI
O ‘ao vivo escondido’ do senador potiguar, aparentemente, só foi percebido pelo ex-senador Jean Paul Prates, que surgiu por trás da tela, pegando Styvenson no flagra e apelidando-o de Freddie Mercury potiguar, numa alusão ao famoso cantor que cultivava um bigode no estilo recentemente adotado pelo senador agora tucano potiguar.

QUEM MENTE
O senador Rogério Marinho usou a velha tática bolsonarista do ‘acuse-os do que você faz’ ao dizer que a governadora Fátima Bezerra mentiu, durante a entrega de casas em Mossoró, na semana passada, quando ela afirmou que o programa de construção de moradia no Brasil (criado pelo governo Lula 2, em 2009) havia ficado praticamente parado por falta de recursos entre 2017 e 2022 – ou seja, da gestão Temer à Bolsonaro. Responsável pelo desastroso programa Casa Verde Amarela, quando era ministro do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro, Marinho usou fake news para acusar a governadora de dizer fake news. Durante a gestão do programa pelo senador potiguar, Bolsonaro cortou em 95% os recursos para moradia no Brasil. Os registros de diminuição brutal nos investimentos nesse programa estão registrados em reportagens da época.

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