Dados do Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) da Polícia Militar mostram o crescimento do número de acidentes de trânsito na Região Metropolitana de Natal durante o primeiro quadrimestre de 2023. Os números obtidos pelo NOVO revelam um aumento significativo em comparação ao mesmo período do ano passado nas rodovias estaduais da Grande Natal.
De acordo com os dados, o número total de acidentes registrados em toda a Grande Natal, que engloba diversos municípios, passou de 748 em 2022 para 829 em 2023. Isso representa um acréscimo de aproximadamente 11% nos acidentes, durante os primeiros quatro meses deste ano em comparação com o ano anterior.
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A capital potiguar apresentou um aumento de 8% nos acidentes, passando de 563 para 611. Apesar do acréscimo no número de ocorrências, houve uma redução de vítimas fatais, com um total de 4 óbitos, em comparação com as 8 mortes no mesmo período de 2022.
Outro município que chamou a atenção foi São Gonçalo do Amarante, com o significativo aumento de 65% nos acidentes, passando de 34 para 56. Foi registrado um óbito em comparação com nenhum no ano anterior. Parnamirim, o segundo maior município da Região Metropolitana, também apresentou um aumento no número de acidentes. Foram 94 em 2022 e, em 2023, este número subiu para 104, ou seja, 11% a mais. Houve um óbito registrado em ambos os períodos.
Ceará-Mirim, Extremoz, São José de Mipibu e Nísia Floresta apresentaram variações diferentes. Ceará-Mirim registrou uma alta no número de acidentes, passando de 8 para 15, porém houve 1 óbito registrado neste ano, enquanto no ano anterior foram 2. Extremoz teve um aumento de 9% nos acidentes, passando de 23 para 25, mas nenhum óbito foi registrado em ambos os períodos. São José de Mipibu registrou uma redução de 44% nos acidentes, passando de 16 para 9, sem vítimas fatais em ambos os anos. Nísia Floresta também apresentou uma queda de 31% nos acidentes, passando de 13 para 9, sem vítimas fatais.
Vítima de acidente revela graves consequências e trauma causado
A jovem recepcionista Aline Camille faz parte dessa estatística. Em dezembro de 2021, ela sofreu um grave acidente de trânsito na avenida Hermes da Fonseca, zona leste de Natal. O depoimento de Aline expõe as circunstâncias do acidente e as sérias sequelas físicas e emocionais que ela enfrenta desde então.
A jovem seguia em sua moto pela faixa da esquerda quando se deparou com tábuas de madeira caídas no trecho em que trafegava. Ao tentar desviar, Aline acabou colidindo com a traseira de um veículo que estava à sua frente, uma Saveiro preta, que freou de forma brusca e inesperada.
Os ferimentos resultantes do acidente foram graves e a recuperação tem sido lenta para Aline. “Quebrei o pé, quebrei o úmero em dois lugares, “ganhei” uma placa no ombro com oito parafusos”, conta ela.
Além disso, Aline também sofreu lesões no joelho, que ainda necessitará de cirurgia, mas esta só poderá ser realizada após a perda de 15 quilos. O acidente também causou danos em sua arcada dentária, resultando na perda de três dentes naturais e na necessidade de usar aparelho.
O trauma emocional vivenciado por Aline foi intenso. Ela relata ter ficado com medo de andar de moto desde o acidente, e sua família também demonstra preocupação e impede que ela pilote novamente. A imagem da cena do acidente ainda assombra seus pensamentos, descrevendo-a como um filme de terror. “Na hora parece que você está num filme de terror, ou em outra vida”, afirma Aline.
O depoimento de Aline reflete a importância de conduzir veículos com atenção redobrada, tanto para a segurança própria quanto para a dos outros. Ela ressalta a necessidade de ter “olhos de águia” ao pilotar e o impacto devastador que um acidente pode ter na vida de uma pessoa. Aline ainda enfrenta um longo processo de tratamento e busca recuperar-se tanto física quanto emocionalmente.
Detran/RN adota medidas para enfrentar aumento dos acidentes
O Detran/RN respondeu aos números preocupantes sobre o aumento de acidentes na Região Metropolitana de Natal, destacando as medidas adotadas pelo órgão para enfrentar essa questão.
De acordo com dados do órgão, a taxa de mortalidade no tráfego por 10 mil veículos no estado apresentou uma redução significativa nos últimos anos. Em 2019, a taxa era de 4,24%, enquanto em 2022 alcançou o valor de 3,2%. Essa queda constante tem se mantido abaixo da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS) para o Rio Grande do Norte.
O diretor-geral do Detran, Jonielson Pereira, enfatizou que esses dados indicam que o estado vem atuando de forma integrada para alcançar as metas estipuladas pelo PNATRANS.
Embora reconheça que ainda há muito a ser feito, Pereira destaca que as campanhas educativas, o trabalho de fiscalização e as melhorias na sinalização têm contribuído para esses resultados positivos, os quais o Detran pretende aprimorar nos próximos anos.
Além disso, o PNATRANS também estabelece a meta de reduzir pela metade o índice nacional de mortes no trânsito por 100 mil habitantes em um período de 10 anos. Nesse sentido, o RN tem alcançado avanços, com a redução de 14,63% para 13% entre os anos de 2019 e 2022.
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