Política

“Ninguém fechará esta corte”, diz presidente do STF

Após discurso do presidente do STF, colegiado vai entrar no terceiro dia de julgamento da tese do ‘marco temporal’ para demarcação de terras indígenas

por: NOVO Notícias

Publicado 8 de setembro de 2021 às 14:57

Representantes dos três poderes da República durante a sessão de Abertura do Ano Judiciário – Foto: Fellipe Sampaio SCO/STF

Antes de abrir a sessão de julgamentos desta quarta-feira, 8, no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, respondeu aos ataques feitos ontem pelo presidente Jair Bolsonaro. Ao discursar para apoiadores reunidos em Brasília e em São Paulo no feriado de 7 de Setembro, Dia da Independência, o chefe do Executivo falou em ‘ultimato’, em um recado para que Fux enquadrasse o ministro Alexandre de Moraes, ameaçou descumprir decisões judiciais e pedir a destituição de ministro.

A reação ao presidente foi debatida entre os ministros do tribunal e resultou em uma dura resposta ao Planalto. Em sua fala, Fux disse que ‘ninguém fechará’ o Supremo, em referência a faixas exibidas durante os protestos do feriado. “Povo brasileiro, não caia na tentação das narrativas fáceis e messiânicas, que criam falsos inimigos da nação”, disse o presidente do STF.

O ministro também afirmou que o Supremo Tribunal Federal não aceitará intimidações ou ameaças a sua independência e aos seus membros. “Ofender a honra dos ministros, incitar a população a propagar discurso de ódio contra a instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e inloteráveis em respeito ao juramento constitucional que todos nós fizemos ao assumirmos uma cadeira nesta Corte”, reagiu Fux.

Em outro trecho do pronunciamento, o ministro disse que Bolsonaro tenta ‘descredibilizar’ o tribunal e, caso descumpra as decisões da Corte, poderá ser enquadrado por crime de responsabilidade.

“Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do Chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, disse.

*As informações são do jornal Estadão

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