Em Natal, a média, segundo o levantamento, é de R$ 56,18. Foto: Reprodução/Internet.

Em Natal, a média, segundo o levantamento, é de R$ 56,18. Foto: Reprodução/Internet.

Cotidiano

Alimentação Natal tem a refeição mais cara do Nordeste, diz pesquisa

Números foram apresentados pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT); Abrasel garante que números distorcem a realidade

por: NOVO Notícias

Publicado 2 de setembro de 2024 às 06:15

Entre as capitais do Nordeste, Natal é a que possui a refeição mais cara da região. Pelo menos é o que diz uma pesquisa realizada e divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). A pesquisa de preço médio avaliou no mês de agosto o valor que o trabalhador paga ao fazer refeições fora de casa nas capitais brasileiras. Foi analisado o custo do almoço em restaurantes que aceitam vouchers/cartões refeição.

Em Natal, a média, segundo o levantamento, é de R$ 56,18 para quem quiser consumir uma refeição com prato principal acompanhado de bebida não alcoólica, sobremesa e cafezinho. O “título” de menor preço entre as capitais nordestinas ficou com Teresina/PI, que ficou com R$ 36,46. Para calcular o custo médio do prato, a pesquisa considerou o preço médio da refeição completa nas categorias comercial, self-service, executivo e à la carte.

O preço médio da refeição no Nordeste ficou em R$ 49,09. O aumento em relação a 2023 foi de 12,7%, quando a média foi de R$ 43,55. Já a média nacional foi de R$ 51,61 neste ano de 2024, enquanto no ano anterior era de R$ 46,60.

No ranking nacional do preço de refeições, a capital potiguar aparece em 7º lugar. De acordo com a pesquisa, a cidade de Florianópolis/SC tem a refeição mais cara do Brasil, chegando ao custo médio de R$ 62,54. Já São Paulo fica na quinta posição, perdendo para o Rio de Janeiro. Na capital paulista, uma refeição sai na média de R$ 59,67. Já na cidade maravilhosa, o valor é de R$ 60,46.

Abrasel/RN contesta números da pesquisa: “dados do IPCA apontam uma realidade contrária”

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Norte (Abrasel/RN) contesta os números apresentados pela pesquisa e afirma que dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apontam para uma realidade contrária.

Para o presidente da Abrasel/RN, Paolo Passariello, a pesquisa não encontra sustentação em dados oficiais. “Nós não concordamos com os dados. A Abrasel Nacional, inclusive, contestou a metodologia da pesquisa. Dados do IPCA, um indicador confiável e oficial divulgado pelo IBGE, apontam uma realidade contrária”, afirma.

Passariello afirma que a Abrasel está alinhada aos dados divulgados pelo IBGE. “De acordo com os dados mais recentes, entre maio de 2019 e julho de 2024, a variação do IPCA foi de 34,9%, e não 49%, como sugerido pela Ticket [para o cálculo das refeições]”, explica o presidente da Associação.

Questionado se há alguma iniciativa para apoiar os restaurantes e bares de Natal em termos de redução de custos e, consequentemente, dos preços para os clientes, Passariello informou que “de modo geral, o setor de bares e restaurantes não consegue repassar integralmente os aumentos de custos dos principais insumos, que nos últimos 12 meses tiveram uma variação de 4,15%”.

Ele aponta que uma pesquisa da Abrasel, de junho, indicou que 39% dos empreendimentos não conseguiram reajustar seus preços nos últimos 12 meses. “Entre os que reajustaram, 51% o fizeram abaixo ou conforme a inflação, enquanto apenas 10% aumentam os preços acima da inflação e esse resultado é praticamente o mesmo nos últimos meses”, esclarece o presidente da Abrasel.

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