Cotidiano

MPF pede afastamento da reitora da Ufersa por suposto abuso de poder

Procedimento do MPF tem como principal objeto um e-mail enviado por Ludmila Oliveira ao Conselho Universitário (Consuni) da Ufersa no qual ela informou que presidiria a reunião “na data e horário conforme estabelecido, caso eu ainda esteja viva até lá.”

por: NOVO Notícias

Publicado 5 de julho de 2023 às 08:31

Pedido do MPF contra a reitora da Ufersa foi motivado por e-mail que ela enviou. Foto: Reprodução/Instagram

Pedido do MPF contra a reitora da Ufersa foi motivado por e-mail que ela enviou. Foto: Reprodução/Instagram

O Ministério Público Federal (MPF) resolveu pedir o afastamento da professora Ludmilla Oliveira do cargo de reitora da Universidade Federal do Semiárido (Ufersa). O pedido consta no procedimento preparatório nº: 1.28.100.000058/2023-93, que vai apurar suspeita de abuso de poder e intimidação.

As informações são do jornalista Bruno Barreto, que mantém o Blog do Barreto.

O procedimento do MPF tem como principal objeto um e-mail enviado por Ludmila Oliveira ao Conselho Universitário (Consuni) da Ufersa no qual ela informou que presidiria a reunião “na data e horário conforme estabelecido, caso eu ainda esteja viva até lá.” Além disso, ela também fala na mensagem que autoriza o Conselho “a solicitar minha pasta funcional na PROGEPE e a mandar queimar.”

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Na visão do MPF, o e-mail da reitora da Ufersa foi uma clara indicação do interesse da reitora de “destruir documentos essenciais para a instrução e intimidar servidores públicos no exercício de suas funções como membros do CONSUNI”. A defesa de Ludmila Oliveira ainda não se pronunciou porque afirma não ter tomado conhecimento oficialmente do procedimento.

A iniciativa foi do procurador federal Emanoel de Melo Ferreira, o mesmo que já foi punido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por ações cobrando punição para Sérgio Moro, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e contra a reitora da Ufersa. Ele recorreu ao Supremo Tribunal federal para anular a punição.

 

Confira abaixo a íntegra do e-mail de Ludmilla Oliveira:

“Boa tarde!

Eu cumprimento o egrégio conselho e tenho duas ponderações a fazer:

Eu irei presidir a reunião, na data e horário conforme estabelecido, caso eu ainda esteja viva até lá. A vida pertence a Deus, e estou nas mãos Dele. Somente Ele pode me livrar e provar minha inocência. Eu acredito que Deus pode fazer isso!

Caso eu não esteja viva, deixo por escrito 3 pedidos a este Egrégio Conselho:

2.1. Solicito que não emitam uma portaria de luto de 3 dias. Peço que deliberem sobre isso. Honras após a morte não são necessárias!

2.2. Autorizo este Conselho a solicitar minha pasta funcional na PROGEPE e a mandar queimar. As cinzas devem ser colocadas nas 14 Cajaranas, que foram plantadas na Fazenda Experimental, por mim.

2.3. Rogo a este Conselho que não autorize meu velório na Capela da UFERSA, nem a concessão de auxílio funeral. Minha dívida com a União o seguro de vida irá pagar. Caso queiram, deixar o meu filho sem a pensão, podem deixar . Ele tem como se manter, graças a Deus.

Por fim, estou nas mãos de Deus, só achei importante deixar oficialmente escrito, porque tudo tem limites. E, a vida é um sopro e a matemática humana ainda erra.

Estando eu viva, para presidir a reunião da minha destituição, aguardo presencialmente os Senhores e as Senhoras, na graça e na paz que só Deus pode nos conceder.”

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