Alexandre de Moraes entendeu que a lei que proibia linguagem neutra era uma ingerência. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Alexandre de Moraes entendeu que a lei que proibia linguagem neutra era uma ingerência. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Cotidiano

Supremo Moraes suspende lei municipal que proibia linguagem neutra nas escolas

Na decisão, Moraes entendeu que municípios não podem legislar sobre normas educacionais, conteúdos curriculares e metodologias de ensino. Para o ministro, somente o Congresso Nacional pode tratar da matéria

por: NOVO Notícias

Publicado 20 de maio de 2024 às 19:23

Alexandre de Moraes entendeu que a lei que proibia linguagem neutra era uma ingerência. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Alexandre de Moraes entendeu que a lei que proibia linguagem neutra era uma ingerência. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira (20) a lei da cidade de Ibirité (MG) que proibia o ensino de linguagem neutra nas escolas públicas e privadas do município. A norma também impedia o uso da linguagem pelos agentes públicos da cidade.

Na decisão, Moraes entendeu que municípios não podem legislar sobre normas educacionais, conteúdos curriculares e metodologias de ensino. Para o ministro, somente o Congresso Nacional pode tratar da matéria.

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“A proibição de divulgação de conteúdos na atividade de ensino em estabelecimentos educacionais, nos moldes efetivados pela lei municipal impugnada, implica ingerência explícita do Poder Legislativo municipal no currículo pedagógico ministrado por instituições de ensino vinculadas ao Sistema Nacional de Educação e, consequentemente, submetidas à disciplina da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”, argumentou.

A proibição do ensino de linguagem neutra em Ibirité foi questionada no Supremo pela Aliança Nacional LGBTI+ e pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh). As entidades alegaram que a lei municipal impõe censura e compromete o direito fundamental de ensinar e ler.

A lei aprovada pelo Legislativo de Ibirité proibia o uso de linguagem neutra ou qualquer outra que “descaracterize a norma culta da Língua Portuguesa” nas escolas, repartições e documentos públicos. A norma previa punições administrativas, além de responsabilizações civis e penais.

Natal tem uma lei semelhante aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos). A lei proposta pelo vereador Felipe Alves (União Brasil) foi publicada na edição do dia 19 de janeiro deste ano no Diário Oficial do Município, após sanção do prefeito Álvaro Dias.

 

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