A Mocidade Alegre é campeã do carnaval de São Paulo de 2023 Em uma disputa acirrada com a Mancha Verde, campeã de 2022, nesta terça-feira, 21, o título voltou para a Morada do Samba, que não vencia desde 2014. Com a pontuação máxima, a agremiação não perdeu pontos – os únicos 9.9 que recebeu foram descartados – e conquistou o 11° título da sua história.
Quinta escola a desfilar no sábado, a Mocidade levou para o sambódromo a trajetória do moçambicano Yasuke, o primeiro samurai negro da história do Japão. O nome do guerreiro foi apresentado ao público no começo do espetáculo. Cada letra foi escrita em taikos, tambores orientais, que eram girados em 180° que, após o movimento, revelavam a palavra “morada”.
As representações das gueixas e dos samurais japoneses indicaram o capricho e o cuidado da Mocidade com a fantasia, quesito que lhe deu o título. Nos carros alegóricos, um guerreiro sendo banhado por uma queda d’água e o dragão abraçado a uma espada girando sobre a alegoria, também impressionaram o público.
O último carro alegórico, com um menino negro segurando um origami e um livro, trouxe a mensagem que todas as crianças, assim como Yasuke, podem ser quem elas desejam.
Em segundo lugar, ficou a Mancha Verde, em 3º; Império de Casa Verde, em 4º, Tatuapé, e em 5º, a Dragões da Real. As cinco primeiras colocadas voltam ao sambódromo para o desfiles das campeãs no próximo sábado. As duas agremiações rebaixadas para o Grupo de Acesso 1 foram Unidos de Vila Maria, que ficou em 13º, e Estrela do 3° Milênio, em 14°.
Apuração
Os quesitos foram julgados na seguinte ordem: Harmonia, Bateria, Enredo, Alegoria, Evolução, Samba-enredo, Comissão de frente, Mestre-sala e porta-bandeira e, por último, Fantasia. Nenhuma das escolas sofreu penalidades e não houve desconto de pontos antes das notas serem reveladas.
No primeiro quesito, praticamente todas as escolas terminaram empatadas com a pontuação máxima (30 pontos). Apenas a Tucuruvi, cujo enredo homenageou o sambista Bezerra da Silva, teve um ponto descontado – a escola também teria um 9.8, mas foi descartado. Já nesta fase da apuração, os carnavalescos de Tom Maior e Independente Tricolor comemoravam a cada nota 10 recebida.
No quesito bateria, o equilíbrio por cima se manteve. Já na terceira nota, todas as escolas, menos a Rosas de Ouro, receberam nota 10 e permaneceram com a pontuação máxima. A Rosa de Ouro acabou recebendo duas 9.9 e acabou se separando do grupo de líderes – que ainda contava com 12 agremiações – e empatou com a Unidos do Tucuruvi, que havia perdido um décimo no quesito Harmonia.
Os grandes blocos de escolas empatadas começaram a se desmembrar no quarto quesito, Alegoria, que avalia os carros alegóricos. Os jurados se mostraram mais criteriosos e apenas Mancha Verde e Império de Casa Verde conseguiram quatro máximas, e passaram a liderar a disputa, seguidas por Mocidade Alegre e Tatuapé, que chegaram a ter descontos. Vila Maria e Rosas de Ouro passaram a ser as duas últimas da classificação.
No quesito seguinte, Evolução, porém, mudanças nas pontas. Ao receber um 9.8, a Mancha Verde caiu para a segunda colocação e viu a Mocidade assumir a liderança. As duas escolas estavam com a mesma pontuação (150 pontos), mas a Mocidade levava a melhor pelo critério de desempate – maior nota no quesito inverso ao da apuração. Tucuruvi e Estrela do 3° Milênio acabaram assumindo as duas últimas posições.
No Samba-enredo, as posições não se inverteram. Mocidade e Mancha “gabaritaram” e se mantiveram nas duas primeiras colocações, seguidos de Império de Casa Verde, Tatuapé, Dragões da Real e Tom Maior, com um décimo a menos – mas separados pelos critérios de desempate. Na Comissão de frente, um alto volume de notas máximas. Mocidade se manteve na frente da atual campeã, Tatuapé assumiu a terceira colocação e a Vila Maria caiu para a última colocação, com a Estrela do 3° Milênio na vice-lanterna.
Uma reviravolta aconteceu no penúltimo quesito. Ao perder dois décimos, a Mancha Verde acabou caindo para a quarta colocação e a Mocidade assumiu a liderança ainda mais isolada, sem depender de critérios de desempate.
No último e decisivo quesito, a Mocidade até chegou a ter um 9 9, mas o descarte garantiu o 11° título da escola.
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