O ministro das Comunicações, Fabio Faria, disse, nesta sexta-feira (28/10), que o objetivo de trazer à tona as denúncias de supostas irregularidades sobre a veiculação de inserções em rádios do país era fazer um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o problema fosse resolvido. A declaração foi feita à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
No início desta semana, o ministro afirmou que emissoras de rádios do país deixaram de veicular em torno de 154 mil inserções do presidente que tenta a reeleição. Na ocasião, a campanha pediu que a Justiça Eleitoral investigue as emissoras de rádios que teriam deixado de exibir inserções da campanha do candidato do PL.
Na quarta-feira (26/10), Alexandre de Moraes, presidente do TSE, negou o pedido, alegando que os dados apresentados são inconsistentes e que a campanha de Bolsonaro poderia estar agindo para “tumultuar” as eleições.
Segundo Fabio Faria, a ideia da campanha era que Bolsonaro tivesse o mesmo número de inserções do petista e tentar um acordo com o TSE. “A falha era do partido [PL, de Bolsonaro], que percebeu o problema tardiamente, e não do tribunal. Como havia pouco tempo para o TSE fazer uma investigação mais aprofundada, eu iniciei um diálogo com o tribunal em torno do assunto”, disse o ministro.
Quando as supostas irregularidades foram divulgadas, no entanto, seguidores do presidente Bolsonaro passaram a defender o adiamento das eleições sob o argumento de “fraude”. Foi quando Fabio Faria percebeu que poderia ter dado um “tiro no pé”.
“Eu fiquei imediatamente contra tudo isso. Fui o primeiro a repudiar. Isso prejudicaria o presidente Bolsonaro, que nunca defendeu o adiamento das eleições. Ele nunca quis isso”, afirmou. “Me arrependi profundamente de ter participado daquela entrevista coletiva. Se eu soubesse que [a crise] iria escalar, eu não teria entrado no assunto”, completou.
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