O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (3).
Investigado nos inquéritos da tentativa de golpe de Estado e da falsificação de informações em cartões de vacina para inclusão de imunização contra a covid-19, inclusive nos dados do ex-presidente da República, Mauro Cid estava preso desde o dia 22 de março, após o vazamento de áudios em que ele faz críticas contra a condução de investigações pela Polícia Federal e pelo ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que investigam o próprio Cid, como os já citados, além do caso da venda de joias saudita doadas à presidência da república. Cid estava detido no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília.
Antes de ser preso, o militar fez um acordo de colaboração premiada no âmbito da Operação Venire, que investiga fraudes nos cartões de vacina do ex-presidente e de familiares dele. O acordo, comumente conhecido como delação premiada, foi realizada ainda no passado, e homologado pela justiça em dezembro, momento em que Cid foi liberado de prisão anterior, sob condicionantes como o uso de tornozeleira eletrônica.
A liberação desta sexta-feira (3) atende pedido da defesa de Mauro Cid, que argumentou que os áudios vazados há mais de um mês pela revista Veja, não impactaram nas investigações, ressaltando que não houve obstrução de justiça, além de defender que a gravação é ilegal, obtida de forma clandestina em um momento de desabafo do militar.
No conteúdo vazado pelo periódico, Cid criticou a condução das investigações por policiais federais. “Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, desabafou um dos trechos. Em outro momento, o militar direciona o descontentamento ao ministro do STF, relator das investigações: “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse.
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