Economia

Mesmo em pandemia, arrecadação do RN ultrapassa R$ 2 bilhões em 2021

No primeiro quadrimestre de 2021, arrecadação do Estado é 15% maior que no mesmo período do ano passado

por: NOVO Notícias

Publicado 22 de maio de 2021 às 00:01

Indústria potiguar arrecadou R$ 276 milhões em 2021 – Foto: José Paulo Lacerda

A economia do Rio Grande do Norte tem registrado bons números mesmo com a crise sanitária que o mundo enfrenta. No primeiro quadrimestre de 2021, a arrecadação total do Estado é 15% maior que a do mesmo período do ano passado, totalizando R$ 2,234 bilhões em 2021 contra R$ 1,95 bi em 2020. Do total deste ano, R$ 2,1 bilhões vieram do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, segundo dados da Secretaria Estadual de Tributação do Rio Grande do Norte (SET-RN).

Uma das principais fontes desses recursos é o setor da indústria. Ele é responsável pela arrecadação de R$ 276 milhões em 2021, valor que corresponde a 13,14% de todo o arrecadado pelo Estado no período. Em comparação com o mesmo período de 2020, quando o setor arrecadou R$ 239 milhões, a alta foi de 15,48%.

Os contínuos resultados favoráveis faz a confiança da indústria potiguar voltar a subir depois de dois meses de queda. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), mostra uma alta de 4,6 pontos para maio, que chega a 55,7 em uma escala que pode chegar até 100. Esse é o melhor resultado para o mês de maio desde 2013, quando o indicador atingiu 58,4 pontos. Em maio de 2020, a confiança da indústria era de 36,9, uma diferença de 18,8 pontos.

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Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2019 mostram que o Rio Grande do Norte tem 7.287 estabelecimentos industriais, divididos entre micro, pequenas, médias e grandes empresas. O setor contabiliza um total de 97.726 empregos gerados no Estado, segundo a FIERN. As micro e pequenas empresas representam 98% e detém 53% das vagas de emprego geradas pelo setor.

Empresas no RN

Quantidade de empresas no RN, dividas por porte

O presidente da Fiern, Amaro Sales, comemora a volta da confiança do empresariado local, após mais de um ano de pandemia e considera esse passo como o pontapé inicial para a retomada econômica.

“O empresário, desde o início da pandemia, viu as expectativas caírem a níveis preocupantes, mas agora chega a quase 60% de confiança. O que mostra que depois de um ano e três meses, o empresário volta a se preocupar com o futuro. E com um otimismo, de onde vai alavancar para ter uma indústria competitiva” diz Amaro Sales.

O crescimento do setor, mesmo em meio ao caos provocado pela pandemia do novo coronavírus, pode ser devido a uma boa política de incentivos fiscais adotada pelo Governo do Estado, conforme sugere o secretário estadual de desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte, Jaime Calado.

“O Governo do RN, através da SEDEC e da SET, fez a melhor política de incentivos fiscais do Nordeste. Aquilo que é considerado estratégico para o desenvolvimento do Estado, como confecções, indústrias têxtil e calçadista, que geram muitos empregos, receberam o melhor incentivo do Brasil”, declara Jaime Calado.

A política de incentivos a que se refere o titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico – Sedec/RN, oferece incentivos fiscais de forma escalonada para empresas de diversos setores, localizadas tanto na capital, como também no interior do Estado, estimulando o desenvolvimento econômico no RN de forma descentralizada. A depender da localização onde está instalada e do porte da empresa, o incentivo pode significar uma redução de até 90% do ICMS.

A arrecadação total do Estado acompanha de perto o crescimento nacional. Proporcionalmente, o Governo Federal tem números semelhantes aos do RN em 2021. A Receita Federal apresentou, na última quinta-feira (20), os dados da arrecadação de impostos no primeiro quadriênio do ano. O acumulado chega a R$ 608 bilhões, o que corresponde a um aumento de 13% se comparado ao arrecadado no mesmo período do ano passado, quando o Brasil somou R$ 538 bilhões.

Apesar de não ser o setor que mais arrecada, o secretário estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, diz que a indústria apresenta um comportamento diferente do que é visto no comércio varejista.

“A indústria sempre se comportou de uma forma melhor que o comércio. Até porque as medidas de restrição de atividades nunca impactaram muito a indústria, ao contrário do comércio varejista que sofreu mais com as medidas. No entanto, sabemos que quando você impacta o comércio, a indústria acaba sendo afetada também”, diz Carlos Eduardo Xavier.

Carlos Eduardo Xavier, secretário de tributação do Estado

Carlos Eduardo Xavier, secretário de tributação do Estado – Foto: Elisa Elsie

Ao falar sobre os bons números da economia potiguar, principalmente neste ano de 2021, o secretário de tributação do Estado conta que desde setembro o setor demonstra uma retomada que faz o RN chegar aos números positivos deste quadrimestre.

“Se você observar, desde setembro do ano passado que a indústria de transformação tem um desempenho interessante. Ela teve um impacto entre abril e agosto, principalmente, e a partir de setembro ela tem um comportamento quase que linear, com pequenas variações, mas um comportamento bem homogêneo. Já a indústria extrativista é a mesma coisa. De abril a junho tem uma queda bem expressiva, e daí em diante ela teve uma recuperação muito interessante, chegando em abril deste ano, a ter o dobro das operações realizadas em abril do ano passado” diz Carlos Xavier.

O secretário complementa creditando parte da guinada na economia potiguar a essa posição estável da indústria no período de crise sanitária: “por tudo isso, podemos considerar que esse é um setor muito importante no processo de retomada econômica, depois daquele período de maior depressão, que foi entre os meses de abril a julho do ano passado”.

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