Na primeira quinzena de janeiro, o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte registrou 71 resgates de afogamentos em praias, um aumento de 195% em relação ao mesmo período do ano anterior. Três pessoas morreram. Uma das causas mais comuns de afogamentos é o trauma raquimedular, uma lesão na medula espinhal que pode comprometer funções motoras e sensoriais.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), mergulhos em águas rasas são a segunda maior causa de traumatismo raquimedular no verão. Cerca de 65% desses acidentes ocorrem no mar ou em piscinas, afetando homens em 90% dos casos, especialmente entre 10 e 29 anos. Entre 37% e 50% dos registros envolvem consumo de álcool antes do acidente.
“As lesões mais comuns incluem fraturas cervicais e lesões ligamentares, com ou sem comprometimento da medula. Esses traumas podem resultar em tetraplegia, parada respiratória ou até morte súbita”, explica o neurocirurgião e cirurgião de coluna Marco Moscatelli, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.
O especialista alerta para a importância dos primeiros socorros: a vítima deve ser retirada da água com cuidado, mantendo a cervical estabilizada em posição neutra. É fundamental acionar socorro especializado imediatamente.
O médico ressalta que o momento do mergulho exige atenção redobrada, pois, se realizado de forma inadequada, o indivíduo pode bater a cabeça contra o fundo ou alguma barreira inesperada. Ele destaca que o risco é o mesmo, independentemente do local.
Com o impacto, o pescoço se dobra enquanto o restante do corpo continua em movimento, o que pode provocar a fratura de uma ou mais vértebras, resultando na compressão da medula espinhal. Esse tipo de lesão pode causar a perda total ou parcial da sensibilidade e dos movimentos dos braços e das pernas, ocorrendo de forma extremamente rápida.
Marco Moscatelli é neurocirurgião e cirurgião de coluna, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). Vice-presidente e cofundador da Sociedade Latino-Americana de Cirurgia Endoscópica de Coluna (LESSS), é referência nacional e internacional no método de cirurgia endoscópica de coluna.
Para evitar acidentes, Moscatelli orienta:
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