Educação

Mensalidades escolares podem aumentar até 13%

Escolas particulares da capital terão reajuste de dois dígitos no próximo ano

por: NOVO Notícias

Publicado 12 de dezembro de 2022 às 15:00

Escola Aluno Estudantes Crianças

Investimentos em infraestrutura e em tecnologia educacional são algumas das justificativas para reajuste – Foto: Year Book Natal

Aumento da inflação, melhoria na infraestrutura e investimento em novas tecnologias. Esses são alguns dos motivos para o reajuste inédito de dois dígitos nas mensalidades escolares em 2023. De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos de Primeiro e Segundo Graus do Rio Grande do Norte (Sinepe/RN), a projeção desse reajuste vai variar de 8,5% a 12,8%. No entanto, tem escola que vai ultrapassar esse valor em Natal.

No Colégio Marista, o reajuste médio será de 13,5%. Segundo a instituição de ensino, os custos que mais pressionam esse aumento são os investimentos estratégicos para melhoria em infraestrutura, como a construção do novo prédio da Educação Infantil e reforma das salas do Ensino Médio; ampliação de portarias para segurança e controle de acesso; e construção de laboratórios maker, com acessibilidade e tecnologia educacional.

No próximo ano, o filho do engenheiro e professor universitário Marco Cabral vai para o 1° ano do Ensino Médio, e ele terá que desembolsar quase R$ 2 mil por mês na mensalidade escolar do filho. De acordo com o servidor público, uma educação de qualidade demanda um sacrifício financeiro maior. “Que é muito, é. Se a gente for olhar os salários tanto dos servidores públicos quanto dos trabalhadores formais, ninguém tem tido reajuste há anos. Então é, sim, um aumento muito acima da inflação, da correção de vários indicadores de bancos, e impacta diretamente na renda das famílias. É um reajuste que a escola dá e os pais têm que aceitar. Não há negociação. E aí a gente, que busca um ensino de qualidade melhor pros nossos filhos, acaba não tendo muita opção. É isso ou isso. Aí temos que reduzir o consumo, o lazer, o esporte, pra poder pagar a mensalidade”, disse Marco Cabral.
A esposa dele, a empreendedora Eliane Cabral, reforça o pensamento do marido e afirma ainda que o reajuste não é justo, nem injusto. “É um ajuste que não é justo nem injusto, mas procuramos um ensino de qualidade, uma infraestrutura melhor, tudo que a escola oferece pro nosso filho, então precisamos pagar o preço”, ponderou.

Os CEIs Romualdo Galvão e Roberto Freire não vão ultrapassar a média estabelecida de 12,8%, mas ficarão no limite. “O nosso reajuste foi em torno de 12% e nosso maior custo é com pessoal, a formação continuada de nossos profissionais, além, claro, do aumento das despesas com custo fixo e insumos que tiveram um aumento considerável”, explicou a Diretora Administrativa, Luciana Azevedo.

De acordo com a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), reajustes nas mensalidades só podem ser feitos uma vez a cada 12 meses e cabe a cada instituição de ensino decidir individualmente sobre o seu valor de mensalidade. “Os valores são definidos e fixados a partir da planilha na qual as escolas preveem os custos que terão para fornecer o serviço educacional bem como os investimentos necessários para ofertar um ensino de qualidade”, informou o presidente, Bruno Eizerik.

Caso os pais ou responsáveis suspeitem de aumentos abusivos nas mensalidades, o Procon Natal recomenda que seja apresentada uma reclamação coletiva à escola. “Caso a reclamação não surta efeito, os responsáveis devem acionar o órgão de defesa do consumidor, para que sejam tomadas as medidas administrativas cabíveis”, explicou Alessandro Marques, técnico do Procon Natal.

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