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Menino de 11 anos liga para polícia e pede comida para a família

O pequeno Miguel Barros, de Santa Luzia na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fez o chamado pelo 190 e relatou a situação difícil que a família enfrenta sem comida em casa

por: NOVO Notícias

Publicado 4 de agosto de 2022 às 12:06

Menino liga para a Polícia e pede comida

Menino liga para a Polícia e pede comida para a família – Foto: Carlayle André/TV Globo

Na última terça-feira (2), uma ligação para o serviço de atendimento da Polícia Militar em Minas Gerais chamou a atenção do país inteiro. Uma criança de 11 anos fez a chamada para o 190 e quando questionado sobre a emergência, ele contou que estava com fome e não tinha nada para comer e a família estava passando fome em casa.

  • Policial: 190, qual que é a emergência?
  • Miguel Barros: Ô seu policial, aqui, é por causa que aqui em casa não tem nada para gente comer e eu tô com fome. Minha mãe só tem farinha e fubá pra comer.
  • Policial: Você tem quantos anos?
  • Miguel Barros: Tenho 11.
  • Policial: Você mora com quem?
  • Miguel Barros: Moro com minha mãe só.
  • Policial: Você, sua mãe… tem mais irmãos?
  • Miguel Barros: Tenho. Cinco.

O chamado foi registrado na cidade de Santa Luzia, na Região da Grande Belo Horizonte, em Minas Gerais. O solicitante de socorro era Miguel Barros, de apenas 11 anos, que decidiu fazer a ligação enquanto via a mãe, Célia Arquimino Barros, de 46 anos, chorar por não ter o que dar para alimentar os filhos.

A casa abriga dona Célia e seis filhos, que estavam, há quatro dias, sendo alimentadas apenas com fubá e água, pois era tudo o que tinha à disposição da família.

O diálogo seguiu…

  • Policial: “Sua mãe não trabalha, não?”
  • Miguel Barros: “Não.”
  • Policial: “E nada para você comer então, desde cedo?”
  • Miguel Barros: “Não tem nada para comer, desde cedo.”
  • Policial: “Vou passar a informação aqui para a viatura, para ver o que ela pode fazer, está bom?
  • Miguel Barros: “Viu.”
  • Policial: “Tchau.”

Os policiais foram acionados e resolveram ir até o local verificar a situação pessoalmente. Lá, eles encontraram a família de Dona Célia, com filhos entre 9 meses e 17 anos, que sobrevive do auxílio emergencial mais “uma ajuda” que o pai das crianças dá mensalmente, às vezes falha, no valor de R$ 250.

Os militares, que chegaram a suspeitar de uma denúncia de abandono de incapaz ou de maus-tratos, resolveram ajudar quando viram a real situação. Eles se uniram e conseguiram uma cesta básica para a família.

Depois que a história ganhou maiores proporções na mídia, ligações oferecendo ajuda não param de chegar. As crianças, com um pouco mais de dignidade, ganharam brinquedos para ser o que são: crianças.

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