Uma pesquisa feita pelo Núcleo de Pesquisa do Procon Natal no início de janeiro de 2023 e divulgada nesta segunda-feira (23) aponta que 34 itens que compõem a lista de material escolar, exceto livros, estão cerca de 33% mais caros este ano na capital potiguar.
Entre os produtos pesquisados entre os dias 3 e 13 deste mês, estiveram: apontador, borracha, caneta esferográfica, cola plástica e cola bastão, canetas hidrográficas, lápis cera, gizão de cera, lápis de cor pequeno, lápis de cor grande, lápis preto nº. 2, tinta guache, régua plástica, cadernos capa dura de quatro matérias, universitário de dez matérias, lapiseira, tesoura sem ponta, papel tamanho ofício e A4 (resma e cento) entre outros.
Em média, os custos dos itens pesquisados foi de R$ 148,06. Em janeiro de 2022, quando a última pesquisa foi realizada, os mesmos produtos estavam custando R$ 98,20.
O Núcleo de Pesquisa encontrou todos os produtos da amostra com varição positiva, ou seja, mais caros. “Podemos destacar a coleção de lápis de cor, que no ano passado o preço médio era de R$ 6,29 e, nesse ano, a pesquisa encontrou esse mesmo produto com o preço médio de R$ 16,24. Isso representa uma variação de 61%. O lápis grafite nº 2 teve variação de 54%. O preço médio no ano passado foi de R$ 0,80 e, nesse ano, a pesquisa o encontrou sendo vendido a, em média, R$ 1,74”, detalhou o Procon.
Um dos itens mais presentes nas listas de material escolar é a resma de papel A4. Em um ano, o produto teve uma variação de 23%. Na pesquisa anterior, o item foi encontrado por um preço médio de R$ 23,54. Esse ano, a pesquisa encontrou esse mesmo item sendo vendido por, em média, R$ 30,46. Isso, representa um custo de um ano para o outro de R$ 6,92. O maior valor cobrado pelo produto foi R$ 40,90, e o menor de 23,70 – uma diferença de R$ 17,20. De acordo com a pesquisa, “assim como esse item, em vários outros foi observado esse mesmo comportamento, e até mesmo com varação maior. É o caso da régua plástica de 30 cm, onde a pesquisa encontrou o maior preço de R$ 2,99 e o menor de R$ 0,70. Isso representa uma variação de 327,14%.
No total, foram pesquisados 20 estabelecimentos – sendo metade papelarias e a outra metade lojas de departamentos que vendem o material em quantidades, selecionadas entre as maiores e mais tradicionais do comércio nos bairros do Alecrim, Centro, Tirol, Cidade da Esperança e Lagoa Nova.
De acordo com a pesquisa, os estabelecimentos com maior variedade de produtos foram a papelaria Independência, localizada no Alecrim, com 54,39% de variedade dos 34 itens que compõe a lista de produtos pesquisados; a papelaria Câmara Cascudo, com 48,25%, no Centro da Cidade. “Foi observado nesses estabelecimentos a falta de caderno universitário para venda. Cerca de 30% desses estabelecimentos não dispunha dele para o consumidor”, informou o Procon Natal.
A Iskisita do Alecrim e do Shopping Via Direta apresentaram variedade de 30,84% e 30,70% respectivamente. Na sequência veio a Casa Norte, com 31,58%. No sacolão de Capim Macio e Lagoa Nova, a variedade encontrada foi de 30,70% e 28,07%, respectivamente. Já nas lojas Americanas, a variedade encontrada pelos pesquisadores foi a mais baixa – 9,65% no Praia Shopping e em Capim Macio, e 7,02% na unidade do Centro. “Nesses estabelecimentos, foram encontrados itens que compõem a lista. No entanto, com marcas opcionais aos consumidores e, mesmo com essa opção, os preços são muitas vezes acima da média encontrada das as marcas tradicionais do mercado”, relevou a pesquisa.
Os dados analisados pelo Procon Natal mostram que é essencial a pesquisa antes de sair às compras de material escolar, sendo no comércio físico, varejista, atacadista ou virtual. O Núcleo de Pesquisa analisou a relação do custo do material escolar pesquisado nas papelarias, onde é comum os pais e responsáveis se dirigirem para a compra da lista de material escolar, e muitas delas já possuem as listas de várias escolas, bastando informar o nome da instituição e a série.
“Outra modalidade são as compras online, que não foi o foco da pesquisa, mas é uma prática muito comum adotadas por alguns pais que juntam-se para baratear a compra, tendo, assim, preços mais acessíveis”, informou o órgão.
A dica do Procon Natal quanto aos cuidados que o consumidor deve ter na hora de fazer compras online é ficar atento na hora do pagamento no cartão, sempre utilizando sites seguros, preços em oferta e data de entrega. O mesmo princípio de economia na compra do material escolar é valido para pais e responsáveis de alunos que compram em quantidade no comércio varejista. “Por exemplo, ao invés de comprar dois cadernos para uma criança, no atacado é possível comprar cadernos para cinco. O valor diminui, gerando economia. Para isso, procure na escola, no seu bairro, ou até mesmo no prédio, pais que concordam em comprar dessa forma. Então, é preciso que o consumidor tenha a disponibilidade de pesquisar e optar pela compra cooperada com os demais pais ou responsáveis”, detalhou.
De acordo com o Procon Natal, os pais e responsáveis devem estarem atentos e analisar criteriosamente as listas de material escolar solicitadas pelas escolas. “Os itens solicitados constituem instrumentos de trabalho para o aprendizado do aluno e devem ter finalidade didática, uma vez que o material solicitado na lista da escola é aceito desde que esteja justificado no plano de atividade de aula. Qualquer material para uso da escola deve ser de responsabilidade do próprio estabelecimento”, informou.
O órgão ainda alertou que, conforme a legislação, as instituições de ensino não podem escolher marcas de itens da lista de material escolar. “Tal prática configura venda casada. Todavia, as escolas podem indicar determinadas marcas, apenas quando solicitado, devendo deixar a critério dos pais a decisão da compra. Também não podem obrigar os pais a comprar itens da lista de material escolar na secretaria da instituição de ensino, porque isso também configura venda casada”, pontuou.
O Procon explicou ainda que “os pais têm total liberdade para comprar os materiais onde preferirem, contudo, há uma exceção, que é o caso de quando um determinado artigo não é vendido no comércio regular, como as apostilas pedagógicas, livros e programas de computação próprios”.
Outra coisa que as instituições de ensino não podem praticar, segundo o Procon, é “pedir taxas extra ou materiais de uso coletivo, uma vez que a cobrança de uma taxa de material escolar caracteriza cobrança extra, além de ser uma venda casada. Portanto, os pais não devem pagar o valor, se solicitado”.
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