Nesta segunda-feira, dia 3 de outubro, é comemorado o dia dos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, padroeiros do Rio Grande do Norte. Os Santos foram vítimas de dois assassinatos em massa cometidos em 1645, durante as invasões holandesas no Brasil. Por serem católicos, pagaram com a própria vida o preço da fé devido à intolerância dos invasores calvinistas.
O primeiro massacre aconteceu no dia 16 de julho de 1645, durante a celebração a Santa Missa dominical na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, atual município de Canguaretama.
De acordo com os relatos históricos, após o padre André de Soveral realizar elevação da hóstia e do cálice, erguendo o Corpo do Senhor para a adoração dos presentes, Jacob Rabbi, um alemão a serviço da Companhia das Índias Ocidentais Holandesas, trancou as portas da capela e, com uma tropa de índios Tapuias e soldados, ordenou a matança de todos os fiéis.
O segundo massacre aconteceu três meses depois, no dia 3 de outubro, em Uruaçu, hoje parte do município de São Gonçalo do Amarante.
Com as notícias sobre o ocorrido em Cunhaú, alguns católicos buscaram refúgio na Fortaleza dos Reis Magos e numa fortificação construída no pequeno povoado de Potengi, que ficava próximo da Fortaleza, mas foram atacados pelas tropas de Rabbi.
Eles resistiram, mas acabaram se rendendo e foram massacrados às margens do rio Uruaçu. Entre os mortos estavam o padre Ambrósio Francisco Ferro e o camponês Mateus Moreira. De acordo com os relatos históricos, os invasores holandeses ofereceram aos fiéis católicos a opção de conversão ao calvinismo, mas eles escolheram o martírio, e o acolheram entre orações e exaltação a Deus.
A disposição dos fiéis à hora da morte era a de verdadeiros mártires, ou seja, aceitando voluntariamente o martírio por amor a Cristo. Os assassinos agiam em nome de um governo que hostilizava abertamente a Igreja Católica, a religião do governo português, do qual eram adversários.
Foram dezenas de mortos nos dois episódios, mas apenas 30 foram canonizados, sendo 28 leigos e dois sacerdotes, isso porque devido a violência com que foram mortos, muitos não puderam ser identificados.
Os Mártires de Cunhaú e Uruaçu foram beatificados pelo Papa João Paulo II, em 5 de março de 2000, e foram canonizados pelo Papa Francisco, em 15 de outubro de 2017. Na ocasião da canonização, o Papa Francisco ressaltou que o sangue dos mártires regou o solo para a geração de novos cristãos: “Seu sangue regou o solo pátrio, tornando-o fértil para a geração de novos cristãos”, afirmou Francisco.
Todos os anos, milhares de fiéis se reúnem nos monumentos erguidos em honra aos Santos Mártires no município de São Gonçalo do Amarante, para os festejos litúrgicos, que têm a culminância no dia 3 de outubro.
Este ano os festejos acontecem nos dois santuários dos Mártires, localizados nas comunidades de Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante, e no bairro Nazaré, na zona Oeste de Natal.
A programação teve início às 5h30, com uma caminhada que saiu da Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante, com destino ao Santuário dos Mártires. A programação continua na parte da tarde.
Três missas serão celebradas nesta segunda (3). A partir das 14h, acontecerá um momento de louvor, animado pela cantora Fátima Santos, e, às 15h, apresentação da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte e quinteto violado. Às 17h, será celebrada a missa solene, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha.
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