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Marcelo Queiroga é diagnosticado com covid e delegação do Brasil na ONU é suspensa

É o segundo caso de um infectado por coronavírus na delegação brasileira; ele esteve com Bolsonaro no plenário da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira e com premiê britânico na véspera

por: NOVO Notícias

Publicado 21 de setembro de 2021 às 22:46

Queiroga esteve com o presidente Jair Bolsonaro no plenário da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira, 21. Foto: Instagram/Reprodução

 

NOVA YORK E BRASÍLIA – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi diagnosticado com covid-19. A informação, revelada pela CNN Brasil, foi confirmada ao Estadão com a delegação brasileira em Nova York e integrantes do Ministério da Saúde. Por causa do teste positivo do ministro, a diplomacia brasileira decidiu suspender a presença de diplomatas nas reuniões previstas para ocorrer nesta quarta-feira, 22, na Assembleia-Geral da Nações Unidas. É o segundo caso de um infectado por coronavírus na comitiva que acompanha o presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos.

Queiroga esteve com Bolsonaro no plenário da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira, 21, o que deve despertar reação internacional para rastrear os contatos do ministro e identificar possíveis focos de transmissão. Em uma foto postada em suas redes sociais, o ministro aparece no meio do local onde mais cedo discursaram os principais líderes mundiais.

Além do evento desta terça-feira, Queiroga encontrou o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, em reunião bilateral na segunda-feira. Um dia antes, portanto, do diagnóstico de covid. Na terça, Johnson se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca. O britânico e o americano estavam usando máscaras.

O ministro da Saúde não embarcou de volta a Brasília com Bolsonaro por causa do diagnóstico de covid. Ele ficou em Nova York, onde deverá cumprir uma quarentena de 14 dias. Queiroga se vacinou contra covid ainda em janeiro.

Durante a viagem a Nova York, onde Bolsonaro discursou na abertura da cúpula de países da ONU, Queiroga se envolveu em polêmica ao reagir com gesto obsceno a manifestantes. Um grupo pequeno protestava contra presidente na calçada em frente à residência da missão nacional junto à ONU, onde a comitiva brasileira foi recepcionada para um jantar na noite de ontem. Na rua, um caminhão com um telão exibia frases em inglês com críticas ao presidente, como “Bolsonaro is burning the Amazon” (Bolsonaro está queimando a Amazônia).

Ao deixar o local em uma van, ainda sob os gritos dos manifestantes, o ministro de Saúde levantou de seu assento e mostrou, com as duas mãos, os dedos do meio aos opositores do governo Bolsonaro, que também faziam gestos obscenos.

No discurso desta terça-feira, 21, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o chamado “tratamento precoce” contra covid-19 — em referência a medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença, como hidroxicloroquina e ivermectina — e se colocou contrário a “passaportes de vacinação”.

Na cidade americana, Queiroga também foi comer pizza ao ar livre junto a Bolsonaro, o presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães, o ministro do Turismo Gilson Machado e o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência). O presidente do Brasil sofreu restrições para circular em Nova York, que exige comprovante de vacinação para pessoas frequentarem locais fechados. Bolsonaro tem dito que não se vacinou.

Em transmissão ao vivo na quinta-feira, 16, Queiroga insistiu com o presidente sobre a importância da imunização. “O senhora precisa se vacinar”, afirmou. “O presidente defende a autonomia do médico. Eu não sou o médico dele, mas eu defendo que o presidente deve tomar a decisão na hora certa. Ele diz que e imorrível. Não sei se é invacinável. Mas aí vou falar com a dona Michelle (Bolsonaro, primeira-dama).” Bolsonaro, porém, disse que exames apontaram que ele já possui anticorpos para a doença.

Na mesma “live”, Queiroga afirmou que partiu de Bolsonaro a orientação para rever a vacinação de adolescentes. A pasta recomendou a interrupção da aplicação de doses em pessoas de 12 a 17 anos sem comorbidades, como diabete, problema cardíaco ou deficiência física, seguindo caminho contrário ao de órgãos especializados no tema no Brasil e no mundo.

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