Brasil

Lula decreta luto de 3 dias pela morte de Rita Lee

Este é o primeiro luto que Lula decreta em seu terceiro mandato. Nesta tarde, o presidente lamentou o falecimento da cantora e compositora

por: NOVO Notícias

Publicado 9 de maio de 2023 às 17:53

Lula fez publicação em rede social lamentando a morte de Rita Lee. Foto: Bob Wolfelson

Lula fez publicação em rede social lamentando a morte de Rita Lee. Foto: Bob Wolfelson

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto de três dias pela morte da cantora Rita Lee, que faleceu aos 75 anos. O decreto foi assinado nesta terça-feira, 9, e foi publicado ainda hoje, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Este é o primeiro luto que Lula decreta em seu terceiro mandato. Nesta tarde, o presidente lamentou a morte de Rita lee. “Rita Lee Jones é um dos maiores e mais geniais nomes da música brasileira. Cantora, compositora, atriz e multi-instrumentista. Uma artista à frente do seu tempo. Julgava inapropriado o título de rainha do rock, mas o apelido faz jus a sua trajetória”, escreveu Lula, em publicação no Twitter.

Na mensagem, o presidente acrescentou que a compositora “não poupava nada nem ninguém com o seu humor e eloquência” e destacou sua luta contra o machismo na vida e na música, o que inspirou gerações no rock e na arte. “Jamais será esquecida e deixa na música e em livros seu legado para milhões de fãs no mundo inteiro”, disse.

A cantora morreu aos 75 anos, no fim da noite desta segunda-feira (8) em casa. O velório, aberto ao público, será nesta quarta-feira, 10, das 10h às 17h, no Planetário, no Parque do Ibirapuera. O corpo da cantora será cremado em uma cerimônia restrita à família.

Rita Lee Jones de Carvalho era capricorniana (signos lhe valiam mais do que religião) de 31 de dezembro de 1947. Cantora, compositora, atriz e mais tardiamente escritora, ela tinha ascendência norte-americana e italiana.

A chamada “Rainha do Rock” chegou a vender algo como 55 milhões de discos, ficando atrás apenas de Tonico & Tinoco, Roberto Carlos e Nelson Gonçalves. Sua transmutação artística, nada arquitetada, foi um dos movimentos mais bem sucedidos de seu meio.

Surgida na psicodelia tropicalista ao lado dos Mutantes (1966-1972), de Sergio Dias e Arnaldo Baptista, Rita migrou para um rock and roll mais ortodoxo no passo seguinte, ao lado do grupo Tutti Frutti (1973-1978), para, em seguida, partir para um som mais radiofônico, pop e latinizado com Roberto de Carvalho. Com isso, abriu três frentes distintas e poderosas de público, não necessariamente complementares.

Há os fãs da Rita seminal dos Mutantes, os fãs da Rita rock raiz e os fãs da Rita de Roberto. E há os fãs de todas as Ritas. A Rita persona extra artística também ganhou respeito e admiração por sua coerência entre o que cantava, o que dizia e o que fazia. Outsider por força da doença nos últimos anos, mas também por uma postura muito anterior a ela, antimídia, cedendo entrevistas apenas por e-mail e avessa a exposições descabidas, trazia nas canções seu pensamento ácido, crítico, inconformado e sagaz.

Para saber o que ela pensava, no amor e fora dele, basta ouvir canções como Ovelha Negra, Mania de Você, Lança Perfume, Agora Só Falta Você, Baila Comigo, Banho de Espuma, Desculpe o Auê, Amor e Sexo, Reza, Menino Bonito, Flagra ou Doce Vampiro, entre muitas outras que se tornaram temas de novela, comerciais e hits de rádio FM.

 

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