Levantamento do Sebrae, tendo como gancho o Dia do Empreendedorismo Feminino, comemorado no último dia 19, aponta também que elas são responsáveis por mais de 8,5 milhões de negócios no Brasil
Publicado 29 de novembro de 2021 às 16:00
Sâmela Gomes e filhas Raíssa, Thaísa e Ana Carolina criaram grupo empresarial de saúde – Foto: Taline Freitas
De acordo com um levantamento feito pelo Sebrae no contexto do Dia do Empreendedorismo Feminino, comemorado no último dia 19 de novembro, o Rio Grande do Norte tem quase 116 mil empresas sob o comando de mulheres. Ao todo, elas são responsáveis por mais de 8,5 milhões de negócios no Brasil.
Entre essas empresárias está um grupo de quatro mulheres, formado por mãe e filhas que se preparam para lançar, no início do mês de dezembro, um conjunto de três empresas na área da saúde, sendo duas marcas próprias e uma franquia adquirida.
Sobre o Dia do Empreendedorismo Feminino, a chefe da família, psicóloga e CEO do grupo, Samela Gomes, diz que a data é importante para fazer um resgate histórico em relação às potencialidades que o sexo feminino poderia ter tido ao longo da civilização, e por uma série de questões culturais acabou ficando em segundo plano.
“Se analisarmos a mitologia ou qualquer área, tem sempre o argumento que coloca a mulher em um lugar romântico, frágil e incansável, que não tem a mesma força do homem. Essas construções arquetípicas do feminino é, na verdade, a busca que nós todas temos que ter para desconstruir e conquistar um lugar que não é maior que o homem, mas de ter as mesmas possibilidades de ser vista nas suas habilidades e competências, como os homens podem ser vistos e as mulheres deveriam ser vistas igualmente”, argumenta Samela.
Para a psicóloga Sâmela Gomes, é preciso descontruir o domínio masculino no mercado – Foto: Taline Freitas
A CEO do grupo explica que foi professora do ensino superior durante 20 anos, executiva sênior de uma multinacional por 13 anos, e que, desde que suas filhas nasceram, conversavam sobre o futuro. Numa dessas conversas com o tema “o que queremos da vida?”, elas decidiram fazer algo que permitisse a união entre mãe e filhas na área profissional também.
Passados os anos, Samela Gomes percebeu que estava na hora de colocar o sonho em prática, juntando as filhas Raíssa Harris, cirurgiã dentista; Thaísa Ferrandino, psicóloga; e Ana Carolina Ribeiro, publicitária; no grupo de empresas que leva seu nome.
Com isso, Raíssa, que é cirurgiã-dentista, deve comandar a Harmony Harris, dedicada à área de estética avançada da harmonização facial. Ela afirma que a empresa não pensa apenas em promover beleza.
Raíssa ainda conta que a empresa contará com um time multidisciplinar, para pensar na durabilidade dos procedimentos estéticos feitos no paciente. “Na estética, não pensamos só em promover beleza, nós pensamos em como o paciente vai se sentir melhor no sentido nutricional, no sentido mental. Por isso, temos uma equipe composta por médicos, biomédicos, dentistas, nutricionistas e nutrólogos.”
Já o Instituto Personali, que vai ter participação de Samela e da filha Thaísa, contará com mais de 30 profissionais, entre psicólogos, terapeutas e fonoaudiólogos, além de novas tecnologias que devem fazer um grande diferencial no mercado local.
A intenção da clínica é fazer com que os pacientes tenham um atendimento completo num único lugar. “Hoje, uma criança diagnosticada com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou qualquer outro comprometimento neurológico ou motor, precisa frequentar várias clínicas para realizar diferentes procedimentos exigidos no tratamento. Então na Personali o cliente encontrará todos os profissionais em um mesmo lugar”, esclarece Samela.
Thaísa diz que o Instituto Personali contará com alta tecnologia e técnicas exclusivas, como o MDR. “Estamos trazendo a realidade virtual para tratar fobias, por exemplo. A ideia é que o paciente trate sua fobia gradualmente. Exemplificando, se o paciente tem medo de avião, a gente vai, aos poucos, colocando ele mais próximo de um avião e vendo como ele se sente, até que consiga entrar em uma aeronave. Ele precisa entender o próprio medo de uma maneira tecnológica e que ele consiga se sentir lá”, descreve ela.
Responsável pela parte comunicacional das empresas, a caçula das três irmãs, Ana Carolina Ribeiro, afirma que encontrou um grande desafio, já que a área da saúde mental, especificamente a psicologia, tem um grande problema para se comunicar com pessoas fora de sua bolha.
“Foi por causa dessa dificuldade de passar a mensagem à sociedade como um todo, que a gente percebeu a necessidade de investir na publicidade, porque aquela mensagem deveria chegar de forma correta para a pessoa que precisa ouvir”, conclui Carolina.
Para além das marcas próprias, elas decidiram adquirir uma franquia. A Dr. Hérnia, que trabalha com protocolos para as patologias da coluna vertebral. “É um protocolo desenvolvido com muita ciência e estudos em universidades renomadas ao redor do mundo, como Harvard, e muita tecnologia”, garante Samela.
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