O fenômeno dos jogos de azar tem ganhado uma nova dimensão com a ascensão das apostas online no Brasil. De acordo com pesquisa do Instituto QualiBest em 2023, 76% dos internautas brasileiros já realizaram algum tipo de jogo ou aposta, sendo as loterias e as apostas esportivas as modalidades mais populares entre um público majoritariamente masculino (39%) e mais jovem, da geração Y (45%), de nascidos entre 1982 e 1994.
Neste cenário, a prática de apostar online se tornou uma preocupação crescente para pais e educadores, que observam o acesso facilitado que adolescentes têm às plataformas de jogos de azar, frequentemente sem uma verificação rigorosa da idade do usuário; somado à promoção das práticas de apostas por influenciadores digitais.
“Muitas vezes, os jovens são seduzidos por imagens que atestam ganhos rápidos e fáceis, sem uma compreensão adequada dos riscos envolvidos. A exposição constante a esses conteúdos pode obscurecer a percepção dos adolescentes sobre os perigos reais e as consequências do jogo”, afirma a psicóloga e docente do curso de Psicologia da Estácio, Miriam Carvalho.
Na análise da profissional, o comportamento de jogo entre adolescentes pode ter sérias implicações para sua saúde mental e bem-estar, pois o acesso irrestrito a sites de apostas pode levar a um ciclo de jogo compulsivo, onde a busca por ganhos pode rapidamente se transformar em um vício. “Esse vício pode impactar negativamente áreas importantes da vida do jovem, como desempenho escolar, relações familiares e até mesmo a saúde financeira”, pontua.
No panorama feito pelo Instituto QualiBest, o gasto mensal médio com as apostas online é de R$ 58,00. Entre as classes AB e a geração Y, o valor chega a ficar próximo aos 80 reais. De acordo com as respostas, o que motiva a atividade é, principalmente, a emoção de jogar, mas o que impressiona é a frequência: 38% apostam online pelo menos uma vez por semana e outros 23% quinzenalmente. Um dado que pode piorar esse quadro é que os mais jovens (gerações Z e Y) também afirmam ser mais abertos a aceitar novos tipos de atividades em apostas, se essas forem disponibilizadas no Brasil.
Intervenção dos responsáveis
Para proteger seus crianças e adolescentes dos riscos associados aos jogos de azar, a psicóloga Miriam Carvalho lista estratégias proativas.
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