Ex-militar preso em operação da Polícia Federal por envolvimento em esquema de falsificação de dados de vacinação contra Covid-19, Ailton Barros, reformado pelo Exército em 2006, tem longo histórico de transgressões, segundo documentos do Superior Tribunal Militar (STM).
O major reformado já foi preso pelo menos sete vezes pelo Exército, de acordo com as informações do STM. Em 1997, quando servia no 17º Grupo de Artilharia de Campanha, Ailton foi detido em Natal após tentativa de “abusar sexualmente de uma senhorita na área de um acampamento militar”.
Veja o registro da prisão de Ailton Barros em Natal:
Em 2002, Ailton Barros foi alvo de seis procedimentos, incluindo uma prisão por cinco dias após distribuir material de campanha em área militar, recusar ordens de seus comandantes e conceder uma entrevista para falar sobre racismo no Exército.
Em 2006, o nome do ex-militar apareceu em reportagens de jornais e revistas que reportaram seu envolvimento em um suposto acordo do Exército para recuperar armas desviadas da Força que foram parar nas mãos de traficantes do Rio de Janeiro. Naquela época, ele foi expulso da Força.
Ailton Barros se identificava como “o 01 do Bolsonaro” em sua campanha para deputado estadual e obteve quase 7 mil votos em 2022. Segundo o STM, ele era um “oficial que reiteradamente pratica atos que afetam a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe, por isso, incompatível com o oficialato”.
Preso na operação que combateu fraudes em cartão
A prisão de Ailton Barros ocorreu em uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de falsificação de dados de vacinação contra a Covid-19 envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-militar é apontado como um dos integrantes do esquema.
No mandado de prisão, segundo as interceptações feitas pela Polícia Federal, Ailton Barros disse conhecer o mandante da morte da vereadora e ativista Marielle Franco.
Segundo a Polícia Federal, que trascreveu a mensagem do parlamentar, Ailton enviou áudio ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, relatando ter informações sobre o homicídio.
“De repente, nem precisa falar com o cônsul. Na neurose da cabeça dele [Siciliano], que ele já vem tentando resolver isso a bastante tempo, manda e-mail e ninguém responde, entendeu? Então, ele partiu para a direção do do cônsul, que ele entende que é quem dá a palavra final. Mas a gente sabe que nem sempre é assim, né? Então quem resolva, quem resolva o problema do garoto, entendeu? Que tá nessa história de bucha. Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha. Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu? “, afirmou Ailton Barros.
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