Ao visitar o Brasil ontem, o bilionário Elon Musk prometeu conectar 19 mil escolas em áreas rurais por meio da Starlink, serviço de internet via satélite. Essa, porém, está longe de ser a única área de interesse do empresário, cujo patrimônio beira os US$ 250 bilhões. Seu portfólio de companhias tem uma montadora de carros (Tesla), uma empresa de exploração espacial (SpaceX) e até projetos de trens de alta velocidade, o que torna o Brasil um parceiro estratégico não apenas como mercado consumidor, mas também como fornecedor de materiais e prestador de serviços.
Levar internet para regiões remotas é um projeto antigo de Musk, e “conectar a Amazônia” foi o motivo divulgado publicamente para a visita ao Brasil. A Starlink, braço da companhia de exploração espacial SpaceX, é especializada em colocar satélites em baixa órbita, de cerca de 500 km a 2 mil km de altitude. Por meio deles, a companhia vende serviços de internet, o que permite “conectar” florestas e desertos.
O modelo é atraente para esse tipo de região, já que o cabeamento de fibra das operadoras de telefonia, comum nas grandes cidades, não costuma chegar a lugares remotos em razão do alto custo de infraestrutura. A promessa de Musk é colocar 42 mil desses satélites em órbita. Em janeiro passado, a Starlink recebeu aprovação da Anatel para operar no Brasil até 2027.
TESLA. Quando se trata de indústria automobilística, o Brasil é um dos maiores mercados do mundo e está entre os dez maiores produtores. Ainda assim, a Tesla, a montadora mais valiosa do mundo, não tem escritórios no País.
Para Musk, trazer a empresa pode abrir não só um novo mercado (e facilitar negócios com outros países da América Latina), mas também impulsionar a infraestrutura de carros elétricos no País. Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou interesse em abrir uma fábrica da montadora no Brasil, mas o assunto não foi retomado.
ALCÂNTARA
Um dos locais mais atrativos no Brasil para Musk é o Centro de Lançamento de Foguetes de Alcântara (CLA), no Maranhão. A região, próxima da linha do Equador, é um dos campos de decolagem mais visados entre empresas e agências do setor aeroespacial. As condições favoráveis, que incluem a trajetória de lançamento e a distância da órbita terrestre, resultam em economia de combustível.
Para a SpaceX, que se notabilizou por reduzir os custos de viagens espaciais, uma futura parceria poderia ser vantajosa. O governo Bolsonaro já sinalizou a autorização para que empresas privadas possam utilizar a base.
HYPERLOOP
Outro projeto de Musk que pode ser feito no País é o Hyperloop, uma espécie de trem que pode alcançar velocidade de até 1,2 mil km/h. Em 2018, uma das empresas que tentam trabalhar o conceito de Musk, a HyperloopTT, anunciou a construção de um centro de pesquisa da empresa em Contagem (MG), que representaria um investimento inicial de R$ 26 milhões. De acordo com os entusiastas, um dos objetivos de Musk seria interligar as duas maiores cidades do País, São Paulo e Rio de Janeiro, em uma viagem com duração de aproximadamente 20 minutos.
LÍTIO
Musk nunca declarou publicamente interesse sobre mineração no Brasil, mas já deixou claro que sabe que a América Latina é rica em lítio. O metal é um dos principais componentes de baterias elétricas – como as que a Tesla usa em seus veículos. Somadas, Bolívia e Argentina possuem cerca de 70% das reservas mundiais. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), em relatório de 2021, o Brasil tem a sétima maior reserva de lítio no mundo.
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