A febre oropouche, uma doença viral transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, também conhecido como maruim, tem se tornado uma preocupação crescente no Brasil.
O infectologista e professor de medicina da Universidade Potiguar (UnP), integrante do ecossistema de educação em saúde Inspirali, esclarece os principais mitos e verdades sobre a doença.
Mitos
“Embora a febre oropouche seja mais prevalente na região Amazônica, não está restrita a essa área. Casos mais recentes já foram registrados em outras partes do Brasil. Na Bahia, há registros de duas mortes”, adverte o especialista.
“Na verdade, a transmissão ocorre através da picada de mosquitos infectados, não havendo transmissão direta entre humanos”.
“O risco não está limitado a áreas rurais. Pessoas em áreas urbanas também podem ser infectadas, especialmente se vivem próximas a florestas ou rios, onde os mosquitos vetores estão presentes”, explica Igor.
A febre oropouche pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo crianças e idosos. Todos que são picados pelo mosquito infectado estão em risco.
Verdades
“Os sintomas da febre Oropouche podem ser facilmente confundidos com os da dengue. Febre alta, dor de cabeça, dores musculares e mal-estar são comuns em ambas as doenças. Também há o risco de retorno dos sintomas em pelo menos 60% dos casos em até duas semanas”, conta o infectologista.
“Infelizmente, ainda não dispomos de uma vacina para a febre oropouche. Reduzir a população do mosquito vetor através da eliminação de criadouros e uso de inseticidas é crucial. Além disso, a proteção individual com repelentes, roupas de manga longa e telas em portas e janelas são medidas eficazes para evitar picadas”.
“Apesar de os sintomas serem debilitantes durante a infecção, raramente levam a consequências sérias”.
“O diagnóstico da febre oropouche é confirmado através de testes laboratoriais, como PCR e sorologia, que detectam a presença do vírus ou anticorpos no sangue”, pontua o professor da UnP/Inspirali, Igor Queiroz.
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