Criação de um cinema de rua em Natal era uma reivindicação do setor cultural do RN há muitos anos. Foto: Carmem Felix/Assecom RN

Criação de um cinema de rua em Natal era uma reivindicação do setor cultural do RN há muitos anos. Foto: Carmem Felix/Assecom RN

Audiovisual Imóvel que vai abrigar novo cinema público em Natal é desapropriado pelo Governo do RN

A desapropriação, aprovada pelo Conselho Estadual de Cultura, e a restauração do prédio serão realizadas com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2023, no valor de R$ 935 mil

por: NOVO Notícias

Publicado 24 de fevereiro de 2025 às 17:30

A governadora Fátima Bezerra assinou nesta segunda-feira (24), o decreto que desapropria o imóvel onde funcionou o Cine Panorama, no bairro das Rocas, em Natal, para que ele se torne um cinema de rua público voltado à apresentação da produção audiovisual potiguar.

Na solenidade, que contou com a presença de produtores audiovisuais, representantes do bairro das Rocas e autoridades, foi assinado o processo de tombamento do prédio que abrigou durante décadas uma das salas de cinema mais populares da história natalense.

A desapropriação, aprovada pelo Conselho Estadual de Cultura, e a restauração do prédio serão realizadas com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2023, no valor de R$ 935 mil que também custeará a reforma.

A governadora destacou a importância do ato: “As únicas capitais que não dispunham de um cinema público no Brasil eram Natal e Campo Grande. Com a desapropriação do Cine Panorama, nossa capital sai dessa estatística e passa a ter um cinema público. Isso fortalece a cultura e prestigia o audiovisual com um espaço para projeção da produção local e para circulação do cinema nacional democratizando o acesso à cultura. Esse cinema fortalecerá também os bairros da Rocas e Ribeira e reforçará o corredor cultural que já apresenta o Teatro Alberto Maranhão, a Rampa, o IFRN e o Forte dos Reis Magos. Estou imensamente feliz de entregar a Natal o Cine Panorama, que passa agora a ser um cinema público com o apoio irrestrito do Governo Federal por meio da Política Nacional Aldir Blanc”, comemorou.

“Esse é um momento importante do Rio Grande do Norte e da comunidade das Rocas para levarmos cinema à população e movimentar a economia criativa do entorno, pois o Estado entende que esse espaço tem uma importância pública e histórica pois é a última sala de cinema que pode ser preservada”, declarou a secretária de Cultura, Mary Land Brito, acrescentando que nove longas-metragens do RN produzidos pela Lei Paulo Gustavo poderão ser exibidos no novo Cine Panorama.

A criação de um cinema de rua é uma reivindicação do setor cultural do RN, que há muito lutava por um local que pudesse dar projeção a obras produzidas no estado. Além disso, a nova sala vai possibilitar o acesso a filmes de circulação nacional que conseguem espaço no circuito comercial e ficam de fora da programação nas salas de cinema nos shoppings centers.

“É um momento emocionante. Não vemos a hora exibirmos nossas obras nesta sala, pois sabemos o quão é difícil lançarmos nossos filmes em salas com estrutura e equipamentos adequados. E finalmente nós teremos isso. Finalmente nós teremos também um acesso ao cinema que não é exibido dentro do circuito comercial”, festejou a produtora Babi Baracho.

Para dar andamento ao processo de implantação da sala pública do Cine Panorama serão adquiridos, a partir de uma emenda parlamentar da deputada federal Natália Bonavides, no valor de R$ 1,1 milhão, os equipamentos técnicos necessários para a exibição das obras. Será também aberto um edital destinado a selecionar a empresa que realizará a gestão do equipamento durante um período de três anos.

Cine Panorama abriu suas portas em 1967

O Cine Panorama abriu as portas em 29 de janeiro de 1967 no bairro das Rocas, em Natal. Por anos, foi o único cinema do bairro, proporcionando momentos inesquecíveis para a comunidade. Seu primeiro filme exibido foi “007 contra o Satânico Dr. No”.

Localizado ao lado do Hospital dos Pescadores, o prédio foi construído por Luiz de Barros, oferecendo uma alternativa a moradores locais, que não precisariam mais se deslocar até a Ribeira, Cidade Alta ou Alecrim, onde era maior a concentração de salas de cinema.

Atualmente, a estrutura do prédio se mantém no formato original de cinema, com cadeiras de madeira, contando com mais de 500 lugares para o público. Um mezanino superior abriga espaço para projetor e o primeiro andar do prédio conta com salas para administração e espaço de convivência.

A restauração para a sala pública de cinema contemplará ajustes e melhorias na infraestrutura hidráulica e elétrica e de adequações de acessibilidade, proporcionando um espaço amplo e confortável para a exibição dos filmes.

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