Conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce de doenças como Lúpus, Alzheimer e Fibromialgia é o principal objetivo da campanha Fevereiro Roxo. A iniciativa busca ampliar o acesso à informação, contribuir para um tratamento mais adequado e eficaz, além de proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes. O Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), referência no atendimento a usuários do SUS acometidos por essas doenças, integra a campanha e reforça seu compromisso com a assistência especializada.
“É uma campanha de conscientização sobre Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia. No caso do Alzheimer, a iniciativa é essencial para esclarecer a população sobre os primeiros sinais da doença, promover o diagnóstico precoce e reforçar a importância de um estilo de vida saudável na prevenção. Além disso, a campanha dá visibilidade às dificuldades enfrentadas pelos pacientes e cuidadores, incentivando mais apoio e políticas públicas para essa população”, destaca a geriatra do Huol-UFRN/Ebserh, Ângela Gonçalves Costa.
Doença de Alzheimer
É a forma mais comum de demência neurodegenerativa que acomete prevalentemente idosos. A geriatra, Ângela Gonçalves, aponta que os principais fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar, sedentarismo, tabagismo, diabetes, hipertensão, obesidade e baixa estimulação cognitiva ao longo da vida. Ela ainda explica que com a progressão da doença, surgem alterações no comportamento, como irritabilidade, apatia e desconfiança, além de perda da independência para atividades básicas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a demência é uma das principais causas de incapacidade e a sétima principal causa de morte no mundo. Em 2019, estimava-se que mais de 55 milhões de pessoas viviam com demência, das quais 60 a 70% eram causadas por Alzheimer.
Esquecimento para fatos recentes de maneira recorrente e progressiva, desorientação espacial e temporal, por exemplo, são sintomas que podem surgir no início do processo. “Os primeiros sinais do Alzheimer costumam ser sutis e incluem esquecimentos frequentes, dificuldade em encontrar palavras, desorientação no tempo e no espaço e dificuldades para executar tarefas do dia a dia”, explica Ângela Gonçalves.
Cuidados com a saúde cardíaca, exercícios físico e intelectual podem prevenir a doença, retardá-la ou amenizá-la. A médica ainda destaca a importância de reforçar o diagnóstico precoce, o qual permite um melhor planejamento do cuidado e melhora a qualidade de vida tanto do paciente quanto da família. “Além disso, apesar de não haver cura, tratamentos e estratégias podem retardar a progressão da doença e garantir mais bem-estar. Cuidar da saúde ao longo da vida é a melhor forma de se proteger contra o Alzheimer”, pontua.
Fibromialgia
A Fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor muscular generalizada, sintomas de ansiedade e depressão, sono não reparador, fadiga, dor de cabeça, esquecimentos e alteração do hábito intestinal. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a doença afeta 2,5% da população mundial. Seu diagnóstico é baseado em critérios clínicos, não havendo marcador laboratorial ou de imagem.
Francisco Alves Bezerra, reumatologista do Huol, afirma que as mulheres, em geral, são mais afetadas do que os homens. “A Fibromialgia é significativamente mais comum em mulheres do que em homens. Estudos apontam que cerca de 80% a 90% dos pacientes com Fibromialgia são do sexo feminino. As razões para essa predominância ainda não são totalmente compreendidas”, pontua.
O reumatologista explica, ainda, que a Fibromialgia pode ocorrer isoladamente ou em associação com outras doenças reumáticas. “É fundamental que o médico diferencie a dor da Fibromialgia (que não tem inflamação associada) da dor causada por doenças inflamatórias autoimunes, pois os tratamentos são diferentes”, frisa Francisco.
O tratamento da Fibromialgia acontece por meio de diferentes abordagens, com a associação de medicações, exercícios físicos regulares, mudanças no estilo de vida, e terapia psicológica e emocional. “O tratamento da Fibromialgia é multidisciplinar, pois a síndrome envolve fatores físicos, emocionais e sociais”, pontua o reumatologista.
Lúpus
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) ou Lúpus, é uma doença inflamatória crônica autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, de forma lenta e progressiva ou mais rapidamente, podendo causar a morte do paciente em casos mais graves, se não for tratada adequadamente. Os sinais e sintomas gerais da doença são: febre, perda de peso e cansaço, lesões na pele, queda de cabelo e artrite. Também pode acometer órgãos internos como rins, pulmão, coração e cérebro.
A doença é diagnosticada por critérios clínicos, não havendo marcador laboratorial ou de imagem. Os exames de laboratório podem mostrar anemia, diminuição do número de plaquetas e de glóbulos brancos no sangue, além da positividade dos anticorpos, principalmente através do exame de fator ou anticorpo antinuclear (FAN).
“Os sintomas do Lúpus podem variar de pessoa para pessoa, e vários sinais e sintomas surgem de forma simultânea ou sequência, e incluem manchas avermelhadas na pele, especialmente a clássica lesão em “asa de borboleta” no rosto; dor e inchaço nas articulações, semelhante à artrite; anemia caracterizada por palidez acentuada e indisposição/fraqueza; alterações nos rins, como surgimento de pressão alta, inchaço nas pernas e presença de proteínas na urina; e dificuldade para respirar e dor no peito, devido ao acometimento das serosas dos pulmões e coração, pleurite e pericardite, respectivamente”, explica Francisco Alves.
O profissional enumera ainda cuidados gerais que podem ser adotados, como evitar exposição ao sol; adotar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e exercícios, e monitoramento regular com consultas a cada 3 a 6 meses ou de acordo com a situação clínica do paciente.
Sobre a Ebserh
O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
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