Não é por acaso que o grude batiza quase tudo em Extremoz, onde há a Casa do Grude, a Praça do Grudeiro, a estátua do “Menino do Grude” e até mesmo a linha de trem urbano é conhecida como o “Trem do Grude”. Trata-se de uma das iguarias mais tradicionais do Rio Grande do Norte e que, nesta quarta-feira (19), tornou-se patrimônio cultural imaterial.
A lei que reconheceu o grude como patrimônio cultural, a 10.903, foi sancionada pela governadora Fátima Bezerra (PT). A proposta foi apresentada pelo deputado estadual Hermano Morais (PSB) ainda em 2019 na Assembleia Legislativa, com o objetivo de assegurar a permanência da cultura do grude, “meio de vida de muitos em Extremoz e traço marcante da nossa identidade”.
Feito com goma de mandioca e coco ralado, o grude faz link direto com a herança indígena potiguar, como registrado na literatura por Luís da Câmara Cascudo, e se tornou símbolo da gastronomia norte-rio-grandense. Justificativa usada por Hermano no projeto: “Precisamos reconhecer o quanto o que é nosso tem valor e garantir a sua sobrevivência”.
De acordo com a prefeita Jussara Sales (PROS), “quem é de Extremoz sabe da importância do grude. Que representa quem somos e faz sucesso entre potiguares e turistas. A lei é de suma importância para fortalecer a iguaria, pois muita gente em Extremoz sobrevive do grude”, disse a gestora municipal.
Dona Sônia é uma das extremosenses que faz da iguaria o seu ofício. “É uma tradição nossa, de onde várias famílias tiram o pão. É importante não só na minha vida, mas também na de vários conterrâneos. E por isso mesmo tem de ser para sempre”. Palavras da fazedora de grude, que há anos mantém viva a tradição e que agora prepara com as mãos um patrimônio do RN.
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