Greve nas universidades federais em 2024 marcada por racha nas entidades que representam a categoria. Foto: Reprodução
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Racha Greve nas universidades: entenda a disputa entre entidades sindicais

O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) defende a continuidade da mobilização até que o governo Lula (PT) conceda um reajuste ainda neste ano. Por outro lado, a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) já assinou um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e solicita o retorno às aulas nas universidades

por: NOVO Notícias

Publicado 31 de maio de 2024 às 17:00

Greve nas universidades federais em 2024 marcada por racha nas entidades que representam a categoria. Foto: Reprodução

Greve nas universidades federais em 2024 marcada por racha nas entidades que representam a categoria. Foto: Reprodução

Uma disputa entre entidades representativas dos professores federais marca a greve nas universidades por aumento salarial. O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) defende a continuidade da mobilização até que o governo Lula (PT) conceda um reajuste ainda neste ano.

Por outro lado, a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) já assinou um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e solicita o retorno às aulas nas universidades. No entanto, o acordo foi suspenso pela Justiça Federal nesta quarta-feira (29).

No Rio Grande do Norte, a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Adurn-sindicato), está promovendo um plebiscito sobre a continudiade da greve. A votaçào encerra às 8h desta sexta-feira. 

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As duas entidades têm um longo histórico de embates desde o início dos anos 2000, e as discussões se tornam mais acaloradas a cada confronto. Ligada ao PT (Partido dos Trabalhadores), a Proifes foi fundada em 2004 por dissidentes do Andes. Ela é uma federação de vários sindicatos. Desde sua criação, a entidade assinou acordos para encerrar grandes greves de professores federais em 2008, 2012 e 2015.

Em todas essas ocasiões, o Andes se opôs e acusou a Proifes de ser subserviente ao governo, praticando um “sindicalismo chapa branca”, um discurso repetido neste ano. Atualmente, a Proifes representa 11 universidades e institutos federais, incluindo a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade Federal do Pará.

Por sua vez, o Andes é uma entidade mais antiga e abrangente. Foi criado em 1981, sendo o primeiro sindicato de professores federais no país. Problemas na organização surgiram em 2004, quando se aproximou do Psol e, segundo críticos, passou a defender mais o embate virulento do que a busca por direitos trabalhistas, além de servir como palanque para críticos ao petismo.

Foi nesse mesmo período que alguns membros debandaram para fundar a Proifes. Hoje, o Andes representa mais de 60 universidades federais em todos os estados do país. Apesar de ter muito mais associados em comparação à Proifes, o governo os recebe em condições de igualdade a cada negociação, o que irrita o Andes.

Na quarta-feira, a 3ª Vara Federal de Sergipe proibiu o governo de fechar um acordo salarial apenas com a Proifes. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos havia anunciado, na segunda-feira (27), um acordo com o sindicato pelo fim da paralisação. O reajuste seria de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026. Com a decisão, o arranjo está suspenso.

A ação foi movida pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe, um braço do Andes. Na decisão, o juiz Edmilson da Silva Pimenta afirma que um acordo da gestão Lula (PT) com apenas uma entidade pode prejudicar os “direitos pleiteados pelo movimento paredista dos docentes que não são representados pela referida entidade”.

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