A companhia aérea Gol anunciou nesta quinta-feira (25) a entrada de um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, abrangendo a empresa e suas subsidiárias. A dívida da Gol é estimada em R$ 20 bilhões por agências de risco. Segundo a companhia, o objetivo é fortalecer sua posição financeira. A empresa assegura que todos os voos e reservas seguem inalterados.
O processo de recuperação, conhecido como Chapter 11 nos EUA, foi iniciado com um financiamento de US$ 950 milhões, pendente de aprovação judicial. A Gol afirma que o Chapter 11 visa levantar capital, reestruturar finanças e fortalecer operações comerciais a longo prazo, mantendo as operações normais.
O CEO da Gol, Celso Ferrer, ressaltou os esforços da empresa para melhorar a experiência de viagem dos clientes, a lucratividade e a posição financeira. Ele acredita que o processo de recuperação ajudará a empresa a superar os desafios impostos pela pandemia. A Gol contratou a Seabury Capital, especializada em reestruturação de dívida no setor aéreo, para lidar principalmente com a renegociação da dívida com cerca de 25 arrendadores de aeronaves.
A empresa enfrenta vencimentos de dívida de aproximadamente R$ 3 bilhões no curto prazo (até 12 meses), mas não possui caixa suficiente para honrar esses compromissos. Apesar de resultados operacionais positivos, a Gol enfrenta dificuldades para conseguir novas garantias para reestruturar a dívida.
No comunicado, a Gol destacou seu bom desempenho operacional entre as companhias aéreas da América Latina e um aumento recorde na receita operacional líquida, alcançando R$ 4,7 bilhões. Este crescimento foi impulsionado pelas receitas do Programa de Fidelidade Smiles e das operações de carga Gollog, que cresceram 65,1% no terceiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em dezembro de 2023, a taxa de ocupação da Gol atingiu 82,7%, um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior. A empresa também ressaltou sua eficiência e produtividade com base em indicadores operacionais como pontualidade, regularidade e uso da frota. Com esse pedido de recuperação judicial, a Gol segue os passos da Latam, que ingressou com um pedido semelhante no Tribunal de Falências de Nova York em maio de 2020, concluindo seu processo em 2022.
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