Uma emocionante história envolvendo a pandemia no Rio Grande do Norte, ganhou um novo episódio na última semana. As cartas deixadas por um pai, que morreu vítima de covid-19 há quase um ano, para que a filha primogênita pudesse ler quando completasse 15 anos e que estavam perdidas após serem os discos em que estavam escondidas serem vendidos na internet, finalmente retornaram à família.
Karlo Schneider era apaixonado pela icônica banda inglesa de rock “The Beatles” e um apreciador do jogo conhecido como caça ao tesouro. As duas paixões ganharam um local de destaque na história que rodou todo o Brasil há quase um ano, quando ele não resistiu às complicações da covid-19 e morreu em um hospital na cidade de Mossoró.
Ainda antes do nascimento de sua filha Bárbara Schneider, ele convidou alguns amigos para escreverem, junto com ele, cartas para a filha, que só seriam lidas quando ela completasse 15 anos. Os escritos foram escondidos dentro de alguns discos de sua coleção dos Beatles, exatamente por achar que nunca precisaria se desfazer deles. Contudo, com a crise causada pela pandemia em 2020, Karlo perdeu o emprego e se viu na necessidade de se desfazer de algumas das peças de sua coleção.
Com os discos vendidos se foram também as cartas para a filha, que passaram a ser buscadas no ano passado, logo após a morte de Karlo. A história ganhou notoriedade em todo o país e a caça ao tesouro pensada por ele, ganhou uma dimensão nacional.
Ainda em dezembro, o comprador de alguns dos discos da antiga coleção do pai de Bárbara encontrou algumas das cartas que estavam sendo procuradas em todo o país e resolveu devolver o disco com as mensagens à família. Ao ter de volta as lembranças em mãos, Bárbara e a mãe preferiram guardar os escritos para serem abertos somente no dia do aniversário da filha, como Karlo desejava. Por isso, no último dia 4 de março, ela abriram as três cartas que chegaram. Duas delas eram escritas por um amigo da família e a outra foi escrita pelo próprio pai, Karlo Schneider, que apesar de não ter sido assinada, foi reconhecida pela caligrafia usada e por chamar Bárbara de “minha bonequinha”, termo que ele costumava usar.
O curioso da carta de Karlo é que ela ficou incompleta, pois ao faltou tinta na caneta quando ele terminava de escrever um questionamento para Bárbara perguntando se ainda moravam em Natal. O fato de a letra ir se apagando com a pouca tinta da caneta, foi usado como uma analogia, por Alcione Araújo, mãe de Bárbara, ao modo como a doença levou Karlo, que aos poucos foi “perdendo o fôlego”.
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