Por serem representantes de uma plataforma de rede social de extrema-direita criada para driblar mecanismos de controle contra crimes virtuais, Miller e Brant entraram na mira das investigações e tiveram suas intimações para depoimento autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Eles já estavam no Brasil e haviam se reunido com Bolsonaro nos dias anteriores à abordagem. Segundo a decisão que autorizou os depoimentos, Miller e Brant são ligados a Steve Bannon, homem de confiança de Trump e um dos artífices das fake news norte-americanas que foram copiadas pelo bolsonarismo.
Assim que abordados no aeroporto, o empresário e o ex-assessor de Trump interromperam os federais para pedir que fosse solicitado um advogado. Enquanto Miller conversou com um servidor da embaixada norte-americana no Brasil, Brant afirmou aos agentes que pediu seu defensor diretamente ao deputado federal Eduardo Bolsonaro. A advogada Milena Ramos Camara compareceu naquela mesma manhã, quando se deu início do depoimento da dupla. Em meio às declarações dos norte-americanos, o assessor da Presidência Felipe Martins apareceu. A advogada disse à PF que Martins era um ‘amigo’ e que resolveria ‘questões de honorários advocatícios’. Ela chegou a pedir aos agentes para que a presença de Martins não fosse registrada pela PF.
Em depoimento, Brant afirmou ser o presidente da empresa de rede social, e disse estar no Brasil para participar da Conferência de Ação Política Conservadora. Ele se recusou a revelar quem lhe convidou. Já Miller preferiu ficar em silêncio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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