Marcelo Wilker lançou Operação Noite Suave ano passado

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Cultura Escritor potiguar vai participar da Bienal Internacional do Livro 2024

Marcelo Wilker lançou Operação Noite Suave ano passado e agora foi convidado pela editora Ipê das Letras para participar do maior evento do mercado de livros

por: NOVO Notícias

Publicado 26 de agosto de 2024 às 12:33

Marcelo Wilker lançou Operação Noite Suave ano passado

No dia 11 de maio de 1960, o burocrata Ricardo Klement desceu do ônibus e entrou em uma rua na capital da Argentina, Buenos Aires, onde morava há alguns anos. No trajeto, cruzou com um homem desconhecido, que lhe disse “um momentito, señor”.

Ali, naquele encontro, chegava ao fim a farsa que acobertava o homem considerado como o “arquiteto do holocausto”, o alemão Otto Adolf Eichmann, que há alguns anos estava vivendo na Argentina sob a identidade falsa de Ricardo.

Mais de 50 anos depois foi essa história que instigou a escrita do livro “Operação Noite Suave”, cujo autor é o natalense natalense Marcelo Wilker. A obra foi lançada ano passado e vem colhendo boas avaliações.

Agora, o romance inspirado na história do nazista será debatido dia 6 de setembro, na 27ª Bienal Internacional do Livro. Na entrevista a seguir, Marcelo fala sobre a importância de participar do evento e também sobre seu futuro na literatura.

Como foi o convite para participar da Bienal? Como se dá esse processo de escolha?
A Editora Ipê das Letras — novo nome da Editora Primeiro Capítulo — vem desenvolvendo, novas propostas de apoio a novos autores, ampliando a divulgação de seus trabalhos. A partir de critérios próprios, ela vem buscando dar maior visibilidade a alguns nomes de seu elenco, e a Bienal acaba se tornando uma vertente natural para a exposição de alguns desses nomes.

Como escritor, como você avalia a importância de ser convidado para A Bienal?
Óbvio que fiquei muito contente de ter essa oportunidade na 27ª Bienal Internacional de São Paulo, por si só um sinônimo de intercâmbio de experiências literárias e de encontro para quem gosta de livros. Acredito que estes encontros favorecem não só a aproximação mútua do público com os autores, mas também incrementam a própria rede de relações do escritor, o que ajuda a compartilhar os desafios, até certo ponto solitários, da escrita.

Como se dará a sua participação?
Terei uma sessão de bate-papo e autógrafos no stand da Ipê das Letras na tarde do dia da abertura da feira, 6 de setembro. Bom lembrar que a Bienal, onde o livro continuará exposto, vai até 15 de setembro próximo, no Distrito Anhembi, na capital paulista.

Como e quando surgiu a ideia de escrever “Operação Noite Suave”?
“Operação Noite Suave” foi lançado em meados do ano passado em Natal, e venho recebendo bons retornos de quem o leu. Apesar de não ser um romance curto, algumas pessoas me contaram que, depois que o começaram, conseguiram terminá-lo rapidamente, incentivadas pela tentativa de desvendar os mistérios que ele apresenta. Lógico que, para quem escreve, isso acaba sendo muito lisonjeiro e recompensador. Eu tenho uma relação de muito carinho com o “Operação Noite Suave”, já que, apesar de ser um romance ficcional, ele guarda alguma relação com o dia a dia de meu pai, José Wilde, que trabalhou como radialista nos anos 1960, em Natal. E, no livro, a música dessa época tem um papel fundamental na história que envolve espionagem e intrigas internacionais. Comecei a escrevê-lo em plena pandemia, instigado pela história de Adolf Eichmann, extraído da Argentina em maio de 1960 pelo Serviço de Inteligência e Operações Especiais de Israel para ser julgado naquele país. O mais interessante é que, somente meses depois do livro publicado, quando estudava um experimento sobre autoridade e obediência, do psicólogo estadunidense Stanley Milgram, me dei conta de que a força motriz que impulsiona o enredo do livro é tudo o que Eichmann desprezou: a coragem para resistir às perversidades naturalmente aceitas e a liberdade que acaba desafiando o mal padronizado. Mas confesso que não percebi nada disso enquanto desenvolvia a história.

Quanto tempo você levou para escrever e como foi esse processo?
Escrevi o livro em cerca de quinze meses. O processo de escrita, para mim, envolve uma disciplina quase que diária, e o grande desafio, para quem não depende só da literatura para sobreviver, é conciliá-lo com todas as outras atividades do cotidiano. Mas, é claro, aí também tem um monte de desejo embutido para concretizar o propósito de se contar uma história.

Você está produzindo material novo? Já tem ideia para um novo livro?
Em breve pretendo publicar um livro de treze contos que são costurados pela mesma temática: a solidão, expressa em suas várias formas. E, nesta última semana, curiosamente, terminei a primeira versão de um novo romance, envolvendo agentes secretos, pesquisas com inteligência animal e um narcotraficante colombiano, que desenvolve a faculdade de ver alguns acontecimentos do futuro. Vamos ver para onde o futuro nos leva em 2025.

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