Cotidiano

Equidade: Saúde lança programa para combater machismo no SUS

Objetivo é garantir a equidade de gênero e enfrentar estruturas machistas e que operam na divisão do trabalho na saúde

por: NOVO Notícias

Publicado 8 de março de 2023 às 17:23

clínica médica

Saúde lança programa para promover equidade de gênero e raça no SUS – Pixphoto

O Ministério da Saúde publicou nesta quarta-feira (8) uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) instituindo o Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no Sistema Único de Saúde (SUS).

O objetivo é enfrentar estruturas machistas e racistas que operam na divisão do trabalho na saúde e combater diversas formas de violência relacionadas ao trabalho na área.

O programa também destaca o acolhimento a trabalhadoras da saúde no processo de maternidade e a promoção do acolhimento de mulheres considerando seu ciclo de vida no âmbito do trabalho na saúde.

Além disso, há ações para promover a formação e educação permanente na saúde, considerando as interseccionalidades no trabalho.

O Ministério da Saúde fará chamadas públicas para seleção e execução de projetos direcionadas aos entes federados, instituições de ensino ou organizações da sociedade civil sem fins lucrativos que tenham interesse em desenvolver ações no âmbito do programa.

O objetivo é incentivar que as gestoras e os gestores do SUS, nas esferas estaduais, municipais e distrital, realizem articulação intersetorial com órgãos da segurança, educação, política para mulheres e assistência social para elaboração de estratégias conjuntas de equidade de gênero e enfrentamento a violência contra mulher no ambiente de trabalho.

Com a criação deste programa, o Ministério da Saúde reforça seu compromisso com a promoção da equidade de gênero e valorização das trabalhadoras no SUS, buscando proporcionar um ambiente de trabalho mais justo e saudável para todas as pessoas que atuam na área da saúde.

Dentre os princípios do programa listados pelo ministério estão:

– a inadmissibilidade de todas as formas de discriminação e preconceito de gênero, raça ou de qualquer tipo violências no âmbito do trabalho na saúde, refutando quaisquer comportamentos, prática e discursos que gerem atos discriminatórios e preconceituosos e que consistam em meios de expressar e institucionalizar relações sociais de dominação e opressão;

– a laicidade do Estado, por meio de políticas públicas formuladas, implementadas, monitoradas e avaliadas de maneira independente de princípios religiosos, de forma a assegurar efetivamente os direitos consagrados na Constituição Federal e nos diversos instrumentos nacionais e internacionais assinados pelo Estado brasileiro;

– a equidade, no intuito de atingir a justiça social e assegurar os direitos humanos dos diferentes grupos sociais das trabalhadoras do SUS;

– a transversalidade da política de equidade de gênero e raça em todas as políticas públicas, visando estar presente em todos os programas e políticas do SUS para a ampliação do grau de contato e comunicação entre pessoas e grupos, sem hierarquia;

– a defesa ampla na isonomia de direitos entre gênero e raça, entendida como adoção de práticas de igualdade entre mulheres e homens, considerando a diversidade de raça e etnia, e constituindo um pilar fundamental da gestão organizacional e do êxito institucional;

– a participação e o controle social, uma vez que devem ser garantidos o debate e a participação das trabalhadoras do SUS na formulação, implementação, avaliação e controle social das políticas públicas.

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