Economia

Eólica offshore no RN tem potencial para 51 gw e R$ 300 bilhões em investimentos

Estimativas foram dadas pelo presidentes do ISI-ER, Rodrigo Melo, e da Petrobras, Jean Paul Prates, em coletiva após o lançamento do projeto “Potencial eólico offshore na região da Margem Equatorial Brasileira”, considerado “uma nova era econômica para o Brasil a partir do Rio Grande do Norte”.

por: NOVO Notícias

Publicado 19 de junho de 2023 às 16:27

Protocolo foi assainado em evento que detalhou o mapeamento para energia eólica no RN. Foto: Humberto Sales/Ágil Fotografia

Protocolo foi assainado em evento que detalhou o mapeamento para energia eólica no RN. Foto: Humberto Sales/Ágil Fotografia

O potencial estimado de produção de energia eólica offshore na costa do RN é de 51 gigawatts. E os investimentos gerados para a exploração dessa nova fronteira energética podem chegar a R$ 300 bilhões em 30 anos.

Essas estimativas preliminares foram dadas pelo diretor do Senai e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Melo; e pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em entrevista coletiva após a apresentação do projeto “Potencial eólico offshore na região da Margem Equatorial Brasileira”.

Esse mapeamento inédito será o maior do tipo que o Brasil já realizou. E, ao final do estudo, serão aferidos de maneira consolidada os potenciais de produção. E com base nisso será possível estimar também os possíveis números relativos a investimentos.

“Tratando só o Rio Grande do Norte e só uma determinada área, expurgando área de recife, de proteção, de segurança da Marinha, de transporte marítimo, entre outros; nós ficamos com um potencial — que podemos podemos chamar de um potencial líquido, só da Costa do Rio Grande do Norte — de 50gw”, explicou Rodrigo Melo.

Leia também:

Ele esclarece que essa estimativa é feita tendo por base a instalação de eólicas até 50 quilômetros da costa. “Eu queria registrar para vocês que o Mar do Norte, a Inglaterra, está produzindo energia já até 120 quilômetros. Então o nosso potencial líquido medido publicado agora em dezembro foi cinquenta e um tirando todas as áreas que não deverão ser utilizadas para isso só do Rio Grande do Norte”, disse.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, complementou a resposta de Rodrigo Melo dando uma estimativa de quanto isso pode render em investimentos pelos próximos 30 anos, ressaltando que era apenas uma estimativa.

“Se a gente pegar R$ 6 milhões por megawatt, aí para fazer uma uma uma estimativa grosseira, nós estamos falando de investimentos da ordem começando em R$ 300 bilhões. Para ir em torno de R$ 600 (bilhões), R$ 700 (bilhões). Isso é uma coisa que se projeta para os próximos 30 anos”, disse.

Ele ressaltou a importância dessa nova frente de exploração que se abre no Brasil e os benefícios que isso trará para o país e para o Rio Grande do Norte. “É de fato uma, como eu disse aqui, um setor bilionário que se abre de investimentos e de geração de empregos também bastante importante”, afirmou.

Jean Paul Prates fez ainda questão de frisar a importância do momento que o RN e o país estão vivendo com o início dessa nova fase de exploração de energia. “Nós estamos inaugurando uma nova era econômica para o Brasil a partir do Rio Grande do Norte, a partir do pioneirismo mais uma vez desse estado”, afirmou.

Assista abaixo a coletiva:

Eólica offshore no RN terá mapeamento de R$ 5 milhões

O projeto “Potencial eólico offshore na região da Margem Equatorial Brasileira” que foi apresentado na sede da Fiern terá R$ 5 milhões de investimentos e é resultado de um convênio com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI).

O projeto prevê a identificação das áreas mais promissoras à implantação de parques eólicos na Margem Equatorial Brasileira. A região abrange seis estados, incluindo o Rio Grande do Norte. A área total inserida no levantamento corresponde a 38,6% do litoral brasileiro e também inclui os estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amapá.

O projeto é fruto da articulação dos senadores Davi Alcolumbre e Márcio Bittar, além de Jean Paul Prates, que teve mandato no Senado até o ano passado. Os trabalhos incluem medições de velocidade e direção dos ventos em pontos estratégicos e o mapeamento de áreas para projetos eólicos offshore.

A apresentação do projeto faz parte da programação em alusão ao aniversário de dois anos do ISI-ER, comemorados oficialmente na quinta-feira (15) e também integra a programação dos 70 anos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, instituição a qual o ISI-ER é vinculado.

Protocolo entre Senai e Petrobras pode resultar em instituto

Durante a apresentação do projeto “Potencial eólico offshore da Margem Equatorial do Brasil”, a Petrobras e o Senai-RN assinaram um protocolo de intenções para colaborar no desenvolvimento de ações e estratégias relacionadas à transição energética, energias renováveis e descarbonização no Brasil.

O diretor do Senai-RN, Rodrigo Melo, explicou que o protocolo de intenções visa “a criação de um novo ambiente no Brasil para discutir rumos, estratégias, investimentos em pesquisa, em pessoas, em dados; e que viabilize ao Brasil acelerar o processo de transição energética de desenvolvimento de energia renováveis e descarbonização”.

E apresentou uma perspectiva do que esse convênio pode gerar: “Acreditamos que essas tratativas irão, quem sabe, desaguar na criação de um instituto capaz de liderar esse processo por parte da Petrobras e do SENAI, unindo dois gigantes: um gigante do setor elétrico brasileiro, talvez a maior instituição brasileira do setor de energia; e do outro lado a maior instituição brasileira na área de formação de pessoas e pesquisa aplicada”.

O presidente da Fiern, Amaro de Araújo Sales, exaltou o fato de que a indústria potiguar poderá se beneficiar dos avanços na área de energia no RN. “Quando a gente fala no momento onde há o crescimento da produção de energia, seja em terra ou em mar, nós queremos que esse custo benefício chegue pra indústria”, disse.

E complementou: “A indústria poderá ser mais competitiva. A indústria do Rio Grande do Norte será mais competitiva se a gente tiver essa energia plena, na sua força de produção. Quando você tem indústria com energia mais barata, ela fica mais competitiva”.

Tags