Na reportagem, é mostrado que após a engorda, as ondas em Ponta Negra ficaram pequenas e fracas. Foto: Carla Belke/Prefeitura de Natal
Na reportagem, assinada pelo jornalista José Maria Tomazela, é mostrado que após a engorda, as ondas ficaram pequenas e fracas, forçando os surfistas a procurar outros pontos de surfe
Publicado 16 de fevereiro de 2025 às 15:00
O jornal Estado de São Paulo publicou no sábado (15) uma reportagem na qual mostra que, após a engorda, a praia de Ponta Negra perdeu as boas ondas que atraíam os surfistas ao local. O trecho era considerado um dos melhores para a prática do esporte na orla de Natal.
Sob o título “‘Deu ruim para o surfe’: Por que praia do Nordeste ficou sem ondas após obra polêmica“, a reportagem ouviu surfistas, especialistas e a Prefeitura de Natal. Na reportagem, assinada pelo jornalista José Maria Tomazela, é mostrado que após a engorda, as ondas ficaram pequenas e fracas, forçando os surfistas a procurar outros pontos de surfe.
A principal personagem da reportagem é a dona da Escola de Surf Morro do careca, Sônia Sales. “Deu ruim para o surfe. As ondas agora são pequenas e quebram perto da areia”, disse ela ao Estadão.
“Foi colocada muita areia e diminuiu o espaço para as ondas de surfe. Nos últimos dias, tivemos um swell (sequência de ondas lisas) e deu uma melhorada, mas a mudança é grande. Temos esperança de que melhore no futuro, pois dependemos de Ponta Negra com ondas para as aulas”, acrescentou.
Ainda na reportagem o professor Marcelo Chaves, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que integra o Programa de Monitoramento da Hidrodinâmica Costeira no Estado, explica que “com a implementação do aterro hidráulico, a faixa de areia se aproximou do local onde as ondas se formavam e quebravam, diminuindo a zona de surfe”.
Segundo o pesquisador, “toda praia que passa por uma engorda desse porte, muda seu perfil até chegar a um equilíbrio, o que pode levar de dois a três anos.”
A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) defendeu a obra e explicou que “o aumento da faixa de areia – para até 100 metros na maré baixa e 50 metros na maré alta – demanda um período de acomodação”.
De acordo com a Semurb, “a previsão é de que ele seja suavizado nos próximos três ou quatro meses, devolvendo as condições propícias para o surfe”. A reportagem do Estadã ouviu ainda Ibama, Idema e acrescentou informações sobre o processo que o Ministério Público Federal (MPF) mantém sobre o tema.
Esta é a segunda reportagem negativa sobre a engorda que é publicada em jornal de alcance nacional. A primeira foi feita pela Folha de São Paulo, publicada dia 30 de janeiro com o título “Alargamento da praia de Ponta Negra muda cenário, recebe críticas e afeta mergulho no RN”.
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