Com o objetivo de fortalecer a produção das startups que atuam na área da saúde em Natal, 10 empresas do segmento foram convidadas a participar do primeiro passo para a criação de um hub, nesta quarta-feira (10), na sede da Fusion Clinic, em Lagoa Nova. A ideia é agregar as chamadas health techs com DNA potiguar para que se somem ao grupo, como explica a idealizadora da ação, a empresária Malu Fontes.
“Quando lançamos Fusion Clinic no mercado, no final do ano passado, observei uma tendência das startups irem para o Sudeste. Os empreendedores se queixam da baixa receptividade do mercado local às ideias inovadoras que apresentam. Eles se sentem subvalorizados, marginalizados mesmo. Então, percebi que é preciso mostrar que somos tendência de mercado e que temos potencial para produzir muita coisa boa aqui na nossa cidade, no nosso estado”, observa.
Um dos exemplos deste cenário é a empresa Fix it, que oferece solução inovadora para substituir o gesso em imobilizações que tratam fraturas e tendinites. Hoje a health tech, que está entrando para o sexto ano de mercado, está se instalando no Hospital da Beneficiência Portuguesa em São Paulo. Antes disso, no entanto, enfrentou a resistência do mercado local. Diante de tantas portas de clínicas e hospitais fechadas, os sócios decidiram ir para São Paulo.
“Decidimos ir para o Sudeste para comprovar a nossa capacidade e eficiência para podermos sermos aceitos aqui, porque isso é uma questão de cultura local: é muito forte a valorização do que se produz naquela esfera. Mas temos muitas empresas boas não só da saúde, mas de outras áreas, que quando chegam lá superam muitas empresas locais”, atesta Felipe Neves, CEO da Fix it.
Outra que fez o mesmo caminho foi a startup Dona do Plantão, projeto de formação voltado para enfermeiras, com quatro anos de mercado, sendo os últimos dois dedicados ao mercado digital. Sua CEO Patrícia Meireles, também confirma que sua entrega é mais para outros estados do que para dentro do RN.
“No início temos muito receio de nos expormos, de não dar certo, de patinar, de estar enxugando gelo, é de fato um sentimento de muita insegurança. Ainda somos muito jovens e vivemos os desafios de uma empresa nova, mas quando a gente pertence a ambientes que favorecem as mesmas conversas, entendemos que é bom pertencer E estar dentro de um grupo em que as pessoas compartilham questões semelhantes, nos impulsionam a seguirmos em frente”, analisa Patrícia.
A ideia é que mais empresas se juntem ao projeto do Hub Fusion, não só da área da saúde mas também de tecnologia, para que possam contribuir fortalecendo o ecossistema. Para tanto, serão realizados eventos em que dividam questões e temas em comum, como tributação, internacionalização, marketing, vendas, além assuntos que digam respeito à técnica e ao humano, colocando em destaque os pacientes, principais beneficiados pelas soluções.
“Tem empresa que mesmo estando em atuação há pouco tempo, já consegue resultados significativos e até superiores em relação a quem está no mercado há mais tempo. Não deixamos a desejar a nenhum outro estado, podemos competir de igual pra igual, inclusive internacionalizando os nossos negócios. O que precisa acontecer é dar conhecimento e reconhecimento e inspirar, para que outros profissionais enxerguem como uma oportunidade e acreditem que aqui podemos construir muita coisa boa e o que é melhor: tornar a saúde mais acessível para toda a população”, projeta Malu Fontes.
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