Economia

Economista orienta priorizar pagamento de dívidas para evitar “efeito borboleta”

Pesquisa da CNDL aponta que 33% dos consumidores que pretendem ir às compras neste Natal estão inadimplentes

por: NOVO Notícias

Publicado 19 de dezembro de 2023 às 13:36

Foto: Pexels

 

As festas de fim de ano vêm sempre acompanhadas das confraternizações com amigos e família para celebrar o período que se encerra e a chegada de um novo ciclo. Entretanto, cuidados devem ser tomados com o orçamento para que dívidas não surjam, ou pior, se multipliquem com os gastos da época. Segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 33% dos consumidores que pretendem ir às compras neste Natal possuem contas em atraso. Desses, 69% estão com o nome sujo.  

Em uma análise mais profunda, as respostas da pesquisa apontam que 24% dos consumidores brasileiros já costumam gastar mais do que podem e que 9% pretendem deixar de pagar alguma conta –   internet (19%), TV por assinatura (17%), água/luz (16%) e cartão de crédito (13%) – para comprar presentes e participar das comemorações até o Ano Novo.

Neste cenário, a economista e docente da Estácio, Sarlyane Braga, alerta para a importância de priorizar o uso do dinheiro do mês de dezembro para quitar as dívidas existentes em vez de fazer novas compras. “Muitos brasileiros receberam o décimo terceiro salário nessa época e é interessante que esse valor extra seja usado prioritariamente para liquidar qualquer inadimplência, para evitar que a dívida aumente em 2024 graças aos juros, e que as novas contas feitas agora no fim do ano se somem as que já existem, formando uma bola de neve ainda mais difícil de contornar”, adverte.

Para isso, a especialista orienta listar as contas em atraso priorizando as que possuem taxas de juros mais altas para que sejam pagas primeiro, aproveitando a possibilidade de negociação de planos de pagamento mais flexíveis e descontos com os credores.

Depois de pagar as contas, reduzir os gastos não essenciais é a orientação da economista. “É bem difícil nessa época reduzir as contas com supérfluos, passeios, presentinhos, mas é um esforço necessário para que o próximo ano não seja igual a esse em relação às contas atrasadas”, diz Sarlyane, destacando que em 2024, gastos com material escolar, IPTU, IPVA, entre outros, vão chegar para muitos.

“Um exercício que pode ser feito é, após anotar todos os gastos e ver onde se pode cortar custos desnecessários, analisar cada convite para confraternização, priorizar reuniões em casa para economizar e presentear por meio de Amigo Secreto com uma faixa de preço de ticket médio mais baixo, em vez de presentear todo mundo. Nessa época, estar presente é sempre o mais importante, e os entes queridos vão entender se a pessoa não puder gastar mais para que tenha uma vida financeira mais saudável daqui pra frente”, finaliza.

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